Uma
resolução do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) publicada na
quinta-feira (29/08) pôs fim à política de subsídio na venda do gás de cozinha
que vinha sendo praticada pela Petrobras. A medida se tornará permanente a
partir de março de 2020.
O
CNPE é um colegiado formado por ministros e presidido pelo ministro de Minas e
Energia, Bento Albuquerque.
Com
o fim da vantagem competitiva da estatal, o governo considera que concorrentes
vão se mobilizar para importar o GLP (combustível do gás de cozinha), a exemplo
do que fez a Copagas, que passou a importar diretamente da Bolívia para atender
o Mato Grosso.
“Esse
movimento ao longo dos próximos seis meses levará a uma redução de preço para o
consumidor final”, disse o ministro Bento Albuquerque.
“A
resolução anterior [que previa descontos] era inócua porque a baixa renda já
não se beneficiava da diferença de preços, pagando preços similares ao da indústria.
”
Com
a nova resolução, o governo pretende manobrar 37% da composição do preço,
incluindo tributos e margens de lucro na cadeia de produção e distribuição.
Isso deve levar a uma redução de preço para o consumidor, na avaliação do
governo.
Estimativas
iniciais indicam que, com a entrada de novos competidores, o preço do gás de
cozinha deve cair de R$ 23 na refinaria para cerca de R$ 16.
A
política de redução de preço para os botijões de 13 kg pela Petrobras vigorava
desde 2005 e foi instituída no governo do ex-presidente Lula para ajudar as
famílias de baixa renda.
No
entanto, o ministro considera que essa política distorceu preços sob o pretexto
de ajudar a baixa renda que hoje paga cerca de R$ 90 por um botijão de gás.
Dados
do ministério mostram que cerca de 70% do gás de cozinha é vendido em botijões
de 13 kg, volume muito acima do que seria consumido se somente a baixa renda
utilizasse esse insumo.
Para
o governo, no passado, essa política se justificava porque a diferença entre o
preço do gás produzido internamente e o importado era grande.
Nesse
cenário, a Petrobras praticamente monopolizou esse mercado ao oferecer
descontos que chegaram a 74% para o distribuidor que comprava o gás na
refinaria.
“Hoje,
essa diferença é de 5%”, disse Albuquerque.
O
desconto era concedido de um lado e era compensado de outro, com preços mais
elevados para os botijões de maior volume. Para obter o abatimento, o
distribuidor tinha de comprovar sua base de botijões, uma forma da
Petrobras de “fidelizar” esse cliente. A
estatal domina 99,9% do mercado de produção e importação.
(Com
informações Folha Press)
Quinta-feira,
29 de agosto ás 17:00
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