Indicado
para a Procuradoria-Geral da República, Augusto Aras convida procuradores que
deixaram a equipe da Lava Jato no órgão recentemente a reassumirem seus cargos.
A “debandada” ocorreu em protesto contra a atuação da atual procuradora-geral,
Raquel Dodge. Dos seis procuradores que pediram demissão apontando “grave
incompatibilidade de entendimento” em relação a Dodge, cinco foram convidados
por Aras a voltar.
Apenas
a procuradora Raquel Branquinho, que era chefe do grupo da Lava Jato na PGR,
não será chamada. Ela era o braço-direito de Dodge na área criminal. Segundo
aliados de Aras, a iniciativa tem dois objetivos: demonstrar apoio à
continuidade da Lava Jato, apesar das críticas que ele já fez aos métodos da
operação, e ao diálogo interno. Uma parcela significativa do Ministério Público
Federal reclama do isolamento de Dodge na cúpula da instituição.
SUGESTÃO
– A ideia de manter os nomes do grupo da Lava Jato da PGR partiu da procuradora
Thaméa Danelon, ex-coordenadora da operação em São Paulo e primeira convidada
de Aras para integrar a equipe que atua na área penal. Maria Clara Noleto,
Luana Vargas, Alessandro Oliveira, Hebert Mesquita e Victor Riccely são os
nomes convidados.
A
iniciativa motivou elogios do coordenador da força tarefa da Lava Jato no
Paraná, o procurador Deltan Dallagnol, que havia criticado a indicação de Aras
por não ter respeitado a lista tríplice da categoria. Em mensagem enviada a
colegas em uma rede interna, Deltan afirmou que “é hora de trabalhar pelo MPF”
e “é importante o trabalho conjunto para continuar expandindo as
investigações”.
BANDEIRA
BRANCA – A bandeira branca foi estendida também pelo ex-chefe da Cooperação
Internacional da PGR, Vladimir Aras, primo do indicado por Bolsonaro. Vladimir
concorreu à lista tríplice e não ficou entre os três primeiros. Ele disse que a
escolha do presidente foi feita dentro da Constituição e que não vê motivos
para mobilização contra a indicação.
(Estadão)
Domingo,
15 de setembro ás 13:00
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