Fotos: Beto Castanheiro
Foi realizada na manhã de 22/9/2011,
na Câmara de Vereadores de Águas Lindas de Goiás a Audiência Pública sobre a
Violência no Entorno. Promovida pela Comissão de Direitos Humanos a audiência
tem o intuito de avaliar a segurança pública e também ouvir a população sobre o
tema.
Esta audiência foi realizada
através da proposta feita pela deputada Federal Íris de Araújo (PMDB-GO), que
esteve presente ao lado das deputadas Keiko
Ota (PSB-SP), Flávia Morais
(PDT-GO), Janete Pietá (PT-SP) e Erika
kokay (PT-DF), ambas fazem parte da Comissão de Direitos Humanos.
Entre as autoridades do
município estiveram presentes o prefeito Geraldo Messias (PP), o deputado
Estadual Hildo do Candango (PTB-GO), a promotora de Justiça Ana Carolina
Portelinha Falcone, o juiz de direito Guilherme
Sarri, o
tenente-coronel Biano, o Major Portela, o delegado Regional do Entorno Juracy Pereira, além de, vereadores, lideres comunitários da cidade.
O prefeito Geraldo Messias
agradeceu a todos que compareceram na audiência e em especial as deputadas
federais que se dispuseram a vir em Águas Lindas para discutir um assunto tão
delicado que aflige a sociedade aguaslindense: a violência.
“Para nós é um motivo de
alegria, porque Águas Lindas tem apenas 16 anos de idade cresceu rápido demais,
por isso tem tantos transtornos, porque não houve planejamento, e o crescimento
foi desordenado. Hoje nós estamos tentando reverter essa situação, é difícil,
mas não vamos desistir”.
Segundo o prefeito é preciso
alertar nossa cidade e ao governo Federal, do Estado e do Distrito Federal para
a realidade de Águas Lindas. “Vivemos em uma cidade de Goiás, mas tudo
aqui é relacionado ao Distrito Federal. Nosso povo aqui compara a nossa
realidade com a realidade do DF, mas são realidades muito diferentes”.
Messias afirmou que tem
lutado para trazer recursos para o município. “Estamos juntando forças para
diminuir a violência, cuidando dos jovens e crianças, cuidando da parte social.
Ainda é pouco eu sei, mas com a ajuda de todos nós vamos conseguir vencer esta
batalha”, completou.
A presidente Nacional do
PMDB e coordenadora das diligencias sobre a violência da região do Entorno, a deputada
Íris afirmou que a Comissão está na cidade para trabalhar, para ouvir a
população para então fazer uma grande audiência publica na Câmara
Federal.
“Nós da Comissão de Direitos
Humanos sentimos o valor e a importância de realizar essa audiência aqui no
município. E dizer ao prefeito que é uma satisfação ter o senhor aqui presente,
pois o senhor vai ajudar muito nesse trabalho que nos propomos fazer numa
região tão importante como é a região do Entorno de Brasília. Esta é uma região
que tem que ter um tratamento especial, porque fica ao lado do poder central,
ao lado do Congresso Nacional”.
Segundo a deputada Íris a
região do Entorno precisa de uma ação efetiva capaz de acabar com essa
situação tão violenta. “É necessário que aconteça uma união entre Governo
Federal, Estadual, Municipal e também do Distrito Federal. Esta Comissão não
está aqui para brincar, estamos aqui para trabalhar”, completou Íris.
A presidente da Frente
Parlamentar Mista em Defesa das Vítimas da Violência, Keiko Ota, relatou sua
história, já que sua família foi vítima da violência. Keiko perdeu o filho em
um sequestro em 1997. “Nosso objetivo é fazer um diagnóstico de
tudo onde a gente pode atuar para levar um relatório mais rico”.
A deputada Flávia Morais, afirmou que a iniciativa de ouvir a
comunidade é muito importante. “Ouvir
para formular, para trazer medidas e ações que nós como parlamentar poderemos
fazer para ajudar”.
A
deputada Flávia disse ainda que além de combater a violência é preciso saber a
causa dessa violência. “Precisamos
saber o porquê que os nossos jovens estão se tornando criminosos”.
Segundo ela, dois fatores são muito fortes para introduzir estes jovens na
criminalidade é a droga e o álcool. “Precisamos
saber também porque as drogas estão chegando na vida de nossos jovens. Para mim,
é porque as famílias estão desestruturadas. Os jovens não tem um lar
estruturado”.
Para
a parlamentar, é preciso combater a violência mas também é necessário que
exista uma prevenção. “Estamos juntos
nessa luta para combater a violência, precisamos estar de mãos dadas para
vencer essa situação”, completou.
A
coordenadora da Bancada Feminina da Câmara dos Deputados, Janete Pietá, afirma
estar em Águas Lindas para ouvir a comunidade. “Nosso objetivo aqui é firmar
uma parceria para desvendar os problemas, mas também para solucioná-los.
Queremos fazer um quadro da realidade da região do Entorno”.
Segundo
ela, essa mesma audiência acontecerá em seis cidades do Entorno - Valparaíso
de Goiás, Luziânia, Novo Gama, Cidade Ocidental, Planaltina de Goiás e Formosa
– para que seja criado um quadro da realidade da região.
“Uma das causas da violência é a miséria extrema, por isso uma das
soluções é a educação. Nós não vamos trazer uma solução imediata, vamos buscar
parcerias e recursos. Porque para tratar uma doença é necessário fazer um
diagnóstico frio, para traçar diretrizes de uma solução permanente. Aguas
Lindas de Goiás precisa de políticas publicas já”, concluiu Janete.
A
deputada Erika Kokay, afirmou que Águas Lindas cresceu de forma vertiginosa e
sem planejamento, sem o olhar do Estado. “Não
temos políticas públicas para esta cidade, é preciso que tenhamos uma discussão
entre temos que trabalhar com um conjunto de ações de políticas públicas”.
O deputado estadual Hildo do
Candango afirmou que assim como foi dito pelo prefeito Geraldo Messias a cidade
de Águas Lindas vive uma realidade diferente da que é vivida no DF. “Não
basta um professor aqui ganhar a metade do que ganha um do DF. Temos que unir
forças para buscar melhorias para a nossa cidade”.
O vereador Paulo Roberto
afirmou que muita coisa nos últimos dez anos já mudou na cidade. “Graças
a Deus nestes últimos anos o Governo Federal tem investido em Águas Lindas e é
devido as contrapartidas da prefeitura que muita coisa tem mudado. Mas ainda há
muito para ser feito”.
A promotora de Justiça Ana
Carolina Portelinha Falcone, falou das inúmeras dificuldades pelas quais a
cidade de Águas Lindas passa no Poder Judiciário. “Para melhorar a realidade da
cidade, precisamos em boa parte de iniciativas politicas, por isso estamos aqui
para mostrar para esta Comissão do que realmente precisamos”.
Segundo Ana Paula, o tráfico
é o grande mau que assola a sociedade aguaslindense e a falta de vários órgãos
aqui no município faz isso piorar ainda mais. “A falta de um IML prejudica o
julgamento de crimes, já que os laudos vem de Luziânia, o que causa uma imensa
demora nos processos criminais facilitando assim que os culpados sejam soltos
simplesmente pela demora na elaboração desses laudos”.
O juiz de direito Guilherme Sarri, falou da falta de um
presídio que comporte a quantidade de presos da cidade, e da falta de um
instituto de criminalística. “E o
número de processos da cidade é enorme, e pra isso nós temos apenas três juízes
e isso nos impede de julgar com rapidez os casos”.
Ao
final da audiência várias pessoas da comunidade puderam participar dando
sugestões para que o problema da violência em Águas Lindas de Goiás seja
resolvido. E para os que não puderam comparecer e querem participar com
sugestões mande um e-mail para cdh@camara.gov.br
Saiba
mais
A audiência que aconteceu em
Águas Lindas é a primeira que acontece na região do Entorno, e em seguida mais
seis cidades também serão visitadas pela Comissão que fará visitas às
delegacias e órgãos de segurança de cada município para conhecer a realidade
local. Porém ainda não existe data confirmada para as próximas visitas.
Várias autoridades locais também estiveram presentes como
os vereadores, secretários, representantes de associações, comunidade e entre
outras.
Texto: Fabiana Fernandes
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