O tempo de contribuição para se
conseguir aposentar com o benefício integral, fixado na proposta original da
reforma da Previdência em 49 anos, foi reduzido para 40 anos no projeto
aprovado na comissão especial da Câmara dos Deputados. Mas ainda é um dos
pontos de polêmicos da proposta. Críticos ao projeto consideram o tempo
demasiado longo.
Para o Ministério da Fazenda,
esse tempo é mais benevolente que o registrado na maior parte dos países. O
estudo “20 mitos sobre a reforma da Previdência”, elaborado por Marcos Mendes,
chefe da Assessoria Especial do Ministro da Fazenda, lembra que, quem entra no
mercado de trabalho aos 25 anos, depois da universidade, pode se aposentar com
benefício integral aos 65 anos, o que está longe de ser a regra em outros
locais do mundo.
Dados da Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne os países mais ricos do
mundo, mostram que, nesses países, o valor médio que um trabalhador de renda
média obtém com a aposentadoria representa 53% de seu salário. Nos EUA, a renda
média do aposentado é de 44,8% do salário da ativa. No Chile é de 37,7% e, no
México, 28,4%. Já no Brasil esse valor supera os 70%. Para a Fazenda, além
disso, a reforma da Previdência vai permitir um aumento no valor da
aposentadoria para quem ficar mais tempo na ativa.
Complemento
Em entrevista recente ao jornal O
Estado de S. Paulo, Jens Arnold, economista sênior da OCDE, disse que há
algumas discrepâncias em relação à aposentadoria no Brasil. “Há dois modos de
enxergar a Previdência. Em alguns países, há um link mais direto entre o que
você coloca e o que tira. Já em outros, a Previdência é vista como uma poupança
mínima, que tem de ser complementada com outras reservas e previdências
privadas.”
Segundo o economista, um exemplo
é o Reino Unido, onde o aposentado recebe em média 21,6% de seu salário. “O
Brasil vai ter de caminhar nessa direção, de ver a Previdência como um
complemento”.
(Com Estadão Conteúdo)
Segunda-feira, 15 de Maio, 2017
as 10hs50
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