O ex-vereador Paulo Sérgio Póvoa
Borges, conhecido como Paulo Borges; o atual vereador Sebastião de Souza Porto
Filho, conhecido como Tiãozinho Porto; e a servidora pública municipal Jeanne
Batista das Virgens Oliveira, foram acionados por improbidade administrativa
pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) por irregularidades cometidas durante
o período anterior às eleições municipais de 2016.
Segundo a promotora Fabiana Lemes
Zamalloa, autora da ação, Paulo Borges, com o auxílio de Jeanne Batista, se
aproveitou do cargo que ocupava na Prefeitura de Goiânia, o de titular da
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Ciência e
Tecnologia (Sedetec), e de sua influência política como vereador em Goiânia,
para obter apoio político para a candidatura de Tiãozinho Porto, que acabou
sendo eleito na eleição do ano passado.
A promotora pede, na ação civil
pública, como sanção aos acusados, a perda da função pública a qual ocupam em
qualquer nível da administração pública, na data da sentença. A sentença deverá
alcançar todos os vínculos existentes entre os condenados e a administração
pública, em todos os âmbitos, inclusive daqueles decorrentes de aposentadoria
no cargo no qual foi praticado o ato de improbidade.
De acordo com a ação, no primeiro
semestre de 2016, ainda no período de pré-campanha eleitoral, Paulo Borges era
secretário da Sedetec, que era o órgão responsável para coordenar e fiscalizar
cursos técnicos oferecidos pelas empresas de telefonia Brasil Center e Brasil
Telecom Call Center, por meio da Faculdade Delta, que tinha contrato com essas
empresas, direcionados a pessoas de baixa renda, como contrapartida de redução
do ISSQN pagos pelas empresas telefônicas.
Paulo Borges, que até então
pretendia buscar sua reeleição como vereador, passou, com o auxílio de Jeanne
Batista, a valer-se de seu cargo e de sua influência política, para angariar
apoio político dos professores da Faculdade Delta. Jeanne era coordenadora dos
cursos da Sedetec e responsável pela seleção dos alunos e pela avaliação dos
professores.
Para angariar o apoio, ambos
passaram a realizar reuniões na sede da Sedetec, do Sine, da Faculdade de
Direito e no espaço de eventos Green Place com os professores, que eram
persuadidos a “vestir a camisa” em apoio a Paulo, sob o argumento de que, por
sua condição de vereador e de secretário, era a pessoa responsável por manter
os cursos com as empresas de CallCenter e, com isso, quem possibilitava aos
professores a “oportunidade” de emprego obtida.
Para garantir o apoio, Paulo
Borges e Jeanne Batista “solicitavam” que professores extraíssem cópias de seus
documentos, tais como identidade e título de eleitor; conseguissem 50
apoiadores; preenchessem um documento chamado “Ficha do Aluno”, com dados dos
alunos, incluindo título eleitoral, zona e seção; e vendessem dez rifas no
valor de R$ 20, para obter recursos para a campanha, dentre outras.
No entanto, por razões pessoais,
ele desistiu de sua candidatura. Contudo, toda a cooptação de votos já iniciada
para a reeleição do réu Paulo Borges, foi direcionada para o candidato
Tiãozinho Porto, que passou a comparecer às reuniões acompanhado de Paulo
Borges e de Jeanne Batista e a receber apoio político de ambos.
Durante o período eleitoral, foi
“solicitado” aos professores que adesivassem seus carros, e sugerido aos mesmos
que falassem bem do candidato aos alunos, que evitassem confrontos com estes,
para viabilizar a cooptação de votos. Todos os fatos foram comprovados por meio
de diversas declarações, gravações e documentos apresentados durante as
investigações.
(Texto: Fagner Pinho – Assessoria de Comunicação Social do
MP-GO)
Quinta-feira, 18 de Maio, 2017 as
13hs43
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