O presidente Michel Temer disse neste
sábado, 20, em discurso, que apenas ouviu as "lamúrias" do empresário
Joesley Batista, da JBS, e que não há crime nisso. Confessou ainda que essa
postura é a mesma que adota com outros empresários, políticos, intelectuais e
integrantes de diversos setores da sociedade.
"Não há crime em ouvir e me
livrar do interlocutor e indicar outra pessoa para ouvir suas lamúrias... Ouço
pessoas no Planalto, no Palácio do Jaburu, em São Paulo, rotineiramente, até a
meia-noite ou mais", reforçou, ao acrescentar que conversa até com
profissionais da imprensa, em horas avançadas, ao telefone ou até pessoalmente.
"Nada demais há nisso, mas é bom ouvir com atenção o que dizem as
pessoas."
De acordo com Temer, uma boa
parte do que Joesley Batista e o diretor da JBS Ricardo Saud disseram nos
depoimentos prova apenas falta de sintonia "abundante" e
divergências. "O primeiro fala que vai buscar forma de interlocução comigo
e o segundo interlocutor, que tem interlocução frequente. Há muitas mentiras
espalhadas em seu depoimento", mencionou.
Ele disse ainda que, embora seja
acusado de dar aval para comprar o silêncio de um ex-deputado (Eduardo Cunha),
não existe isso na gravação, mesmo o conteúdo sendo "adulterado".
Temer afirmou que nunca comprou silêncio de ninguém e que não obstruiu a
Justiça.
Sobre a frase "Tem que
manter isso, viu?", ele disse que se referia à relação do empresário e
Cunha e não ao pagamento de mensalidade ao ex-deputado do PMDB do Rio.
'Atenta contra inteligência"
Temer afirmou que a delação da
JBS atentou contra "o seu "vocabulário" e a sua
"inteligência". Ao mencionar as inconsistências entre a delação e o
áudio que comprovaria as denúncias do sócio da empresa, Joesley Batista, Temer
diz que houve falso testemunho à Justiça. E completa: "Chegam ao desplante
de me atribuir frases, falas ou senhas ou palavras chulas que jamais cometeria.
Atentam contra o meu vocabulário e a minha inteligência." (AE)
Domingo, 21 de Maio, 2017 as 16hs00
Nenhum comentário:
Postar um comentário