Quatro anos após obter uma
aclamação consagradora, com 97,3% dos votos na convenção que o elegeu candidato
a presidente da República pelo PSDB, o senador mineiro afastado Aécio Neves
está sendo pressionado a renunciar ao mandato, por integrantes do partido que
presidia há poucos dias, com o apoio de governadores, parlamentares, prefeitos
e militantes.
A aparência inabalável de Aécio
Neves, que mantinha a liderança, apesar das citações de seu nome nas delações
da Lava Jato foi destruída pela delação da JBS, que fez as sua base de apoio
tucana encontrar o momento ideal para que quadros em ascensão aniquilem o
“caciquismo” no PSDB.
Ganhou força o discurso de
refundação tucana, com eleições diretas para eleger um novo presidente nacional
do PSDB, sucedendo o senador Tasso Jereissati (CE), que assumiu o lugar de
Aécio Neves, após a delação que jogou suspeitas de crimes contra o senador
mineiro.
A ala chamada de “cabeças pretas”
reúne jovens políticos do PSDB, com mandatos na Câmara dos Deputados e eleitos
para prefeituras em 2014, e também pede o desembarque imediato do governo
Michel Temer (PMDB), outro atingido pelas denúncias da JBS. A turma é a mesma
que pressionou líderes tucanos a apoiar o impeachment de Dilma Rousseff.
“Se o PSDB não mudar, será
confundido com os demais partidos e vai se afundar. Quem não mudar ou ficar em
cima do muro vai cair dele. As pessoas querem ter em quem confiar. Querem menos
ideologia e mais resultado”, declarou o prefeito de Porto Alegre, Nelson
Marchezan Júnior, para o jornal Estado de S. Paulo, prevendo espaço para
disputa interna.
O prefeito de Santos, Paulo
Alexandre Barbosa, de 38 anos, reeleito com 77% dos votos em primeiro turno
defende que a base do PSDB participe em qualquer tipo de escolha. “Político com
medo de disputar eleição não serve para estar na vida pública. Defendo eleição
interna direta. A base deve ser ouvida, e os filiados participarem”, declarou.
O deputado licenciado Bruno
Covas, vice-prefeito de São Paulo aos 37 anos, vê a ala jovem do partido já no
comando da renovação necessária ao PSDB. E critica a prorrogação do mandato de
Aécio à frente do PSDB Nacional em 2016, sem convenção nacional.
“Acredito que, em função do atual
momento, essa troca de bastão pode ser acelerada. É o que o eleitor quer,
políticos mais conectados com a realidade e abertos ao contato constante pelas
mídias sociais”, afirmou, ao Estado de S. Paulo, antes de completar: “Podemos
rever essa decisão, ao meu ver, e, passado esse turbilhão, temos de antecipar
essa renovação da direção partidária no segundo semestre”.
A oxigenação do partido também
foi defendida pelo deputado federal licenciado, Floriano Pesaro, de 49 anos, ,
pelo prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, 42 anos, e pelo
deputado federal Otávio Leite, presidente do PSDB do Rio de Janeiro, que
critica o estatuto tucano como sendo do “século passado”. (Com informações do
Estadão)
Domingo, 28 de Maio, 2017 as 13hs30
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