A
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou que discutirá a abertura
de processos de caducidade das concessões e de cassação das autorizações do
Grupo Oi. A medida foi proposta pelo coordenador do Núcleo de Ações,
conselheiro Igor de Freitas, e será analisada pelo conselho diretor da Anatel.
A
concessionária de serviços de telecomunicações entrou em recuperação judicial
em junho do ano passado e, na época, informou que tinha R$ 65,4 bilhões com
credores. Caso a abertura dos processos seja aprovada pelo conselho, eles serão
instaurados e a empresa poderá demonstrar a viabilidade de seu plano de
recuperação e apresentar sua defesa em relação às demais questões tratadas.
“O
cenário de um desfecho desfavorável para o processo de recuperação judicial
passa a ser considerado com maior probabilidade e, portanto, isso requer
providências imediatas, considerando-se as consequências negativas que disso
pode advir para a sociedade e para a economia brasileiras”, informou a Anatel,
em nota divulgada nesta quinta (31).
Segundo
a agência, após 14 meses do ajuizamento da recuperação judicial e com a
assembleia de credores marcada para o próximo dia 9 de outubro, até agora não
há perspectiva concreta de superação dos problemas da empresa, pois não há um
plano que garanta a sustentabilidade das operações a médio e longo prazos.
A
Anatel informou que a legislação prevê a possibilidade de extinção das outorgas
de concessões e autorizações em condições específicas, como em caso de falência
da concessionária ou perda de condições econômico-financeiras para a prestação
dos serviços. O que a agência estuda agora é a conveniência de se antecipar
essa extinção, mesmo antes que ocorra a falência de fato da empresa.
Isso
“se dá a bem do interesse público, consubstanciado, dentre outros aspectos, na
preservação dos bens reversíveis, vinculados à concessão, e na exploração do
espectro de radiofrequências utilizado pela empresa”, diz a nota, ressaltando
que os conjuntos de bens e direitos da Oi não poderão ser transferidos a outra
empresa enquanto não se encerrar o processo administrativo de caducidade ou a
cassação das outorgas venham a ser decretadas.
A
Anatel reconhece a importância dos serviços prestados pela Oi em telefonia
celular e acesso à internet e ressalta que a União tem obrigação legal de
garantir a prestação do serviço de telefonia fixa.
“Todos
os esforços devem ser envidados no sentido de se evitar sua interrupção ou sua
perda de qualidade. Deve-se ressaltar que interrupções graves na rede da Oi
podem afetar intensamente as demais empresas do setor. Além disso, é necessário
observar que, em algumas centenas de municípios, a Oi é a única prestadora de
serviços de telefonia fixa ou celular”, informou. (ABr)
Sábado
02 de setembro, 2017 ás 00hs05
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