O
Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) deve recuperar, aos cofres
públicos, R$ 14,3 milhões, por meio de atuação sobre a venda de medicamentos à
Secretaria de Estado da Saúde. Destaca-se que este valor diz respeito a 13
decisões condenatórias adotadas pelo TCE nos últimos anos. Isto, porque teriam
ocorrido fraudes recorrentes por parte de grandes empresas fornecedoras de
remédios à pasta, com intuito (em sua maioria) de atender às necessidades da
Central de Medicamentos de Alto Custo Juarez Barbosa.
Segundo
o tribunal, houve irregularidade na cobrança e recebimento das faturas pelos
fornecedores, uma vez que foi incluído, apesar de não haver incidência
tributária nessa situação, o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS) – o Estado não tem porque cobrar o imposto de si mesmo. Ressalta-se que
a chamada desoneração do ICMS está regulamentada nos Convênios 26/2003 e
87/2002, do Conselho Nacional dos Secretários de Fazenda (Confaz).
Também
foi explicitado o descumprimento das normas contidas nos editais de pregão, que
reforçam o desconto do ICMS nos preços, bem como afronta à lei geral de
licitações. Segundo o TCE-GO, a maior parte dos processos envolve as empresas
Hospfar Indústria e Comércio de Produtos Hospitalares Ltda, Medcomerce
Comercial de Medicamentos e Produtos Hospitalares Ltda e, em segundo lugar, a
Milênio Distribuidora de Produtos Farmacêuticos e Hospitalares Ltda. O
Laboratório Ferring Ltda também é citado em um dos casos.
Condenações
Os
envolvidos foram condenados por infração às normas legais, ato de gestão
ilegal, ilegítimo ou antieconômico e dano ao erário. Na prática, isso significa
que os mesmos terão de ressarcir os cofres públicos com correção proporcional.
Além disso, foi determinado pelo TCE-GO que os responsáveis recolham os débitos
no prazo de 15 dias. Vale frisar que ainda cabe recurso.
Secretaria de
Saúde
Solicitamos
a secretaria estadual de Saúde que comentasse a condenação das fornecedoras,
mas até o momento ainda não obtivemos retorno. O espaço permanece aberto e
matéria poderá ser atualizada a qualquer momento.
[Atualização]
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás esclareceu ao Opção, por meio de nota,
que esta gestão, pautada sempre na transparência e exigência do cumprimento das
normas legais, seguirá as orientações do TCE para evitar futuras fraudes como
esta. “A observância da legalidade dos atos administrativos vale para todas as
áreas desta secretaria”, reforçou.
(Com
informações do TCE-GO)
Domingo,
03 de março, 2019 ás 11:05
Nenhum comentário:
Postar um comentário