A
possível prorrogação do auxílio emergencial de 600 reais deixaria o país sem
“fôlego financeiro”, como disse o ministro da Economia Paulo Guedes em uma
reunião, ou estimularia a atividade econômica e a produção das empresas, como
sugere um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)? O economista
Alberto Nunes, presidente do Instituto São Paulo pela Democracia, acredita na
segunda opção e, por isso, lançou um abaixo-assinado online pedindo que o
benefício seja estendido por um prazo de mais três meses.
“Distribuir
o auxílio por mais três meses vai proporcionar um tempo maior para que as
famílias possam se readequar às novas realidades pós-quarentena. Sabemos que as
coisas não voltarão à normalidade em um curto prazo e as pessoas que sobrevivem
na informalidade e muitas outras que perderam seus empregos vão precisar de um
tempo maior para buscarem formas de sobreviver”, destaca Nunes, considerando
que o impacto na economia é positivo.
Na avaliação do economista, o prolongamento do
auxílio pode ajudar a economia brasileira na medida em que mantém o acesso das
famílias beneficiadas ao consumo de itens básicos, como alimentos, produtos de
limpeza e remédios. “Esse consumo ajuda a sustentar o comércio local, que
muitas vezes é feito por milhares de microempreendedores que também geram
empregos. Sabemos que o aquecimento do setor primário também contribui para
alimentar a cadeia da economia e a arrecadação de impostos”, explica
Nunes.
O
economista se baseia em um estudo realizado pelo Centro de Desenvolvimento e
Planejamento Regional (CEDEPLAR), vinculado à Faculdade de Ciências Econômicas
da UFMG, que conclui que a extensão do programa de renda emergencial é melhor
para a economia. Os dados da pesquisa indicam que o auxílio dado à população de
baixa renda, durante a pandemia do novo coronavírus, deveria ser, portanto,
estendido até dezembro.
“Produziria
uma compensação de até 45% do seu custo em impostos que retornam ao governo”,
destaca Nunes. O estudo, nomeado “Renda Básica Emergencial: uma resposta
suficiente para os impactos econômicos da pandemia da COVID-19 no Brasil? ”,
entende que, além de garantir renda para as famílias mais pobres e afetadas, a
extensão do programa também pode contribuir para reduzir a crise econômica
provocada pela própria pandemia.
A
petição favorável à extensão do programa foi aberta pelo Instituto São Paulo
pela Democracia há pouco mais de uma semana na plataforma Change.org. Ainda em
fase inicial de reunião de assinaturas, a campanha não é a única que cobra do
governo mais efetividade e melhor condução do programa de auxílio emergencial.
Junto com outra, que aborda a dificuldade que muitos estão tendo para obter o
benefício, acumula quase 50 mil apoiadores.
Com
a CartaCapital
Sábado,
30 de maio, 2020 ás 10:00
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