Dona Carmem
Foto:
Beto Castanheiro
Dizem
os mais antigos e porque não dizer todos, já que somos metamorfósicos, sujeitos
a aprendizagens diárias, que Deus quer e chama para junto de si pessoas boas.
No caso da visionária nata, de espírito empreender e lutadora incansável na
busca de melhores condições de vida no pessoal e no coletivo, Carmem Lúcia Dias
do Amaral, a popular Dona Carmem, como era conhecida por todos os cantos desta
cidade de Águas Lindas é pura e simples verdade. Deus a quis junto de sim por
ter marcado na sua genética uma infinidade de adjetivos altruístas. Falando
sobre ela com quem a conheceu e teve o imenso e singular prazer de conviver com
ela, classificações adjetivadas como: “uma pessoa muito boa; maravilhosa; muito
sincera; dizia tudo na lata; batalhadora e incansável guerreira na busca do que
achava certo e do que a população de Águas Lindas merecia e precisava” não
faltaram. Muitos vão além do que palavras possam expressar. “Uma pessoa que nem
sei direito”, disse um ex-colega de trabalho.
Se
por um lado é verdade que Dona Carmen, pelo que foi na essência, pelo que representou
de benefí cio e pelas melhorias consubstanciais que trouxe para a
cidade de Águas Lindas, local que ele escolheu para viver antes mesmo dessas
terras terem autonomia política e administrativa e serem apenas um amontoado de
barro e vegetação nativa, tendo largado uma cidade já considerada cosmopolita
como São Paulo no início da década de 70, é verdade que foi aqui que ela
plantou o umbigo por determinação divina. Aqui estava decretado que era o seu
torrão natal por escolha. Foi nessa cidade, que ela não verá se tornar na
sonhada “Princesinha do Entorno”, que ela mostrou para todos a que veio.
Sua missão, com certeza, estava grafada Águas Lindas de Goiás. Nessa cidade que
cresce a passos largos e que com fé em Deus vai saber sempre abraçar, acarinhar
e proteger a todos os seus filhos de nascimento e opção foi que ela se tornou a
respeitável, admirável e invejável Dona Carmem. A pioneira mulher que
participou ativamente pela emancipação política da cidade. Foi agente de
polícia, presidenta do 1º Conselho Comunitário de Segurança e lutadora
incansável para que a cidade ganhasse a sua lª Delegacia de Polícia,
posteriormente transformada em presídio.
Sabedora
de que o processo da comunicação é mister na vida de todos, Dona Carmen foi, á
sua maneira, a primeira profissional de imprensa da cidade. Fazia questão de
acompanhar todos os fatos de perto. Com a implantação de periódicos em Águas
Lindas, com os olhos de lince, a que tudo vê e acompanha, nada passava
despercebido e se tornou uma fonte acima de qualquer surpresa para todos que
aqui trabalham com imprensa.
É fato que
todos, uns bem precoces, outros em uma boa fase e alguns com bem mais idades,
têm que ir. Para os cristãos, retornando para a casa e os braços do Pai. Até os
céticos, quando chateados ou desesperados costumam dizer que se existe algum
outro lugar no mundo, com certeza é bem melhor do que esse que vivemos. Se
forem conjecturas, ninguém pode provar. Certo é que Deus a convidou para se
sentar ao seu lado. Um lugar todo especial para Dona Carmem que, nesse 16 de
outubro de 2011, se transformou em uma grande saudade. Uma imensa saudade e uma
enorme ânsia do reencontro para, até que sabe, contar estrelas.
Texto: Afrânio Pedreira
Segunda – feira 17/10/2011 ás 18h:05
Postado pelo Editor
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