Uma
auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) para avaliar a atuação da
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) identificou deficiências na
realização de fiscalizações pelo órgão. Segundo o tribunal, foi observado que
não há um programa de fiscalização in loco sistematizado e estruturado, e as
ações de fiscalização são provocadas por demandas dos beneficiários, com o
objetivo de esclarecer pontos específicos.
Segundo
o relator do processo, ministro Bruno Dantas, uma mudança na sistemática da ANS
deixou um vácuo nas fiscalizações proativas realizadas pela agência. “É
compreensível a necessidade de reformulação dos processos de trabalho da
diretoria, contudo, diante da natureza das irregularidades identificadas nas
visitas até então realizadas e considerando a importância desse instrumento,
não é compreensível como o programa foi suspenso antes da implantação de outro
instrumento que o substituísse”, disse Dantas em seu voto.
Visitas paralisadas
O
TCU constatou que as visitas técnicas assistenciais da ANS estão paralisadas
desde 2014. Essas visitas têm o objetivo de averiguar informações relacionadas
aos produtos, constatar anormalidades assistenciais e traçar um diagnóstico
para analisar a atenção prestada aos beneficiários, em conformidade com as exigências
da ANS e com os produtos contratados.
Também
foi identificada uma redução considerável das visitas técnicas
econômico-financeiras a partir de julho de 2010. Elas servem para revisar os
processos de controles internos e de governança das operadoras e para verificar
a confiabilidade das demonstrações contábeis e das informações enviadas
periodicamente à ANS.
A
ANS deverá encaminhar ao TCU, em 90 dias, um plano de implementação das medidas
recomendadas e um programa de ação para a retomada das visitas técnicas
assistenciais e econômico-financeiras.
Outro lado
Segundo
a ANS, algumas recomendações do TCU para a implementação de melhorias no
trabalho da agência já estão sendo realizadas ou elaboradas. Ela diz que foram
realizadas três visitas técnicas econômico-financeiras no ano passado e outra
está prevista para as próximas semanas. A agência também cita a criação do
programa de Intervenção Fiscalizatória, que tem periodicidade semestral e já
está entrando em seu terceiro ciclo.
Outra
ação em andamento citada pela ANS é a publicação de normas relativas ao
monitoramento do risco assistencial das operadoras para a adoção de medidas
voltadas ao acompanhamento e avaliação das operadoras no que diz respeito ao
acesso ou continuidade da assistência prestada aos beneficiários.
“A
ANS ressalta ainda que o aprimoramento permanente da regulação do setor e da
atuação do órgão regulador é prioridade para esta agência”, diz a ANS, em nota,
lembrando que recentemente o TCU aprovou, sem ressalvas, as contas anuais da
agência relativas a 2014. (ABr)
Quarta-feira,
8 de fevereiro de 2017 ás 09hs 33
Nenhum comentário:
Postar um comentário