O
Senado aprovou nesta terça (14), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que
regulamenta a vaquejada, desde que não submeta os animais a maus-tratos. O
projeto é uma resposta à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que
considerou a prática ilegal em decorrência da crueldade contra os animais. A
proposta ainda precisa ser apreciada pela Câmara dos Deputados para entrar em
vigor.
O
projeto foi uma dos primeiros a ser pautado pelo novo presidente do Senado,
Eunício Oliveira (PMDB-CE). À época da decisão do Supremo, ele foi um dos
parlamentares que defenderam que o Congresso apresentasse um projeto para
legalizar a vaquejada. A prática é particularmente expressiva no Ceará, Estado
de origem do senador.
A
regulamentação foi aprovada com o apoio das bancadas do Nordeste, onde a
prática é mais comum. A iniciativa é a segunda reação do Congresso contra a
decisão do STF. Em novembro do ano passado, Câmara e Senado aprovaram de forma
relâmpago um projeto que transformou a vaquejada e o rodeio em manifestação
cultural e patrimônios imateriais do Brasil. A lei já foi sancionada pelo
presidente Michel Temer.
Um
dos principais argumentos de quem defende a legalização da prática é a
importância cultural e o retorno econômico. "A vaquejada se expandiu por
todo o Brasil e hoje tem uma cadeia produtiva que deve empregar, entre empregos
diretos e indiretos, algo em torno de 1 milhão de trabalhadores", defendeu
Otto Alencar (PSD-BA), autor do projeto. O senador afirmou ainda que, desde a
decisão do STF, eventos de vaquejadas têm sido cancelados, o que gerou
desemprego e tirou o sustento de muitas famílias.
O
senador Roberto Muniz (PP-BA) disse que a proposta permite a realização das
manifestações culturais, registradas como patrimônio cultural brasileiro, desde
que não atentem contra o bem-estar animal.
"A
gente precisa aperfeiçoar essa atividade da vaquejada - geradora de emprego e
renda - e discutir o que é cuidar do bem-estar animal, sem negar a
possibilidade de uma manifestação cultural", defendeu.
A
questão, porém, encontra forte resistência entre os parlamentares mais ligados
às causas dos animais. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que ressaltou
ser de origem nordestina, leu um comunicado de seu partido, em que a sigla se
posiciona contra os maus-tratos aos animais.
Quarta-feira,
15 de fevereiro de 2017 ás 11hs15
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