Apresentadores de televisão estatal são afastados por elegerem como tema o setor de educação, que está há 50 dias em greve
A tão decantada liberdade de imprensa não
funciona em Goiás. Pelo menos na Televisão Brasil Central, empresa mantida pelo
governo goiano, comandado pelo tucano Marconi Perillo.
Dois apresentadores do
Jornal Brasil Central 1ª Edição (JBC) foram sumariamente afastados de suas
funções por abordarem uma questão nevrálgica para o governo: educação. O que
causa taquicardia no governo é que os professores da rede estadual de ensino
estão há quase dois meses em greve.
No último dia 22, quinta-feira, estava
programada uma entrevista com a ex-deputada Raquel Teixeira, que também foi
secretária da Educação.
O tema seria o Dia Internacional da Mulher e os
entrevistadores foram instruídos a não fugirem do tema, nem sequer tocar no
assunto educação. Para garantir a censura, a diretora de jornalismo da TBC,
Abadia Lima, foi pessoalmente para o estúdio para inibir qualquer
desobediência.
Pois, durante a entrevista, os apresentadores
Michele Bouson e Marcelo Adriani ousaram abordar o tema proibido, sem,
contudo, tratar especificamente da greve. Eles apenas ousaram falar sobre
a dificuldade de valorização do ensino no Brasil.
Foi o bastante. No dia seguinte, os dois
foram chamados à sala de Abadia Lima e comunicados que, a partir dali,
estavam fora dos cargos de apresentadores. Pior: os dois ainda estão em
estágio probatório e foram ameaçados de “constar em sua ficha a desobediência”.
O presidente da Agência Goiana de Comunicação
(Agecon) - que cuida da comunicação do governo –, José Luiz Bittencourt Filho,
disse que “não se trata de perseguição”, mas de “algo rotineiro” em empresas de
comunicação. Ele mandou desativar a academia de ginástica que a gestão anterior
instalou por acordo com o Ministério Público do Trabalho.
Domingo. 25/3/2012 às 22:40h
Postado pelo Editor
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