Diário do
Norte
Confusão com
radialista quase terminou em tragédia. Prefeito Wander Borges também se
envolveu no caso
Os seguidos desentendimentos entre a classe política de Campinorte e a
direção de uma rádio dita "comunitária" do município de 11 mil
habitantes quase terminaram em tragédia na manhã da quarta-feira (29) - no
estacionamento de um posto de combustíveis às margens da BR-153, em Jaraguá, a 200
quilômetros de distância - quando o radialista Amarildo Pimenta Novais acertou
um golpe de canivete na mão esquerda do vereador Paulo Vicente Soares (PP),
atual presidente da Câmara Municipal de Campinorte. Ele foi medicado no
Hospital Municipal de Jaraguá e o caso foi apresentado à delegada Fabiane
Drews, titular da Delegacia da Polícia Civil.
Amarildo conseguiu fugir da
prisão em flagrante e apresentou-se posteriormente no DP de Jaraguá, onde
prestou depoimento e foi liberado. "O advogado do vereador quis registrar
o caso como tentativa de homicídio, mas no relatório médico (do hospital) ficou
constatado que ele (Paulo) sofreu apenas lesão corporal leve", comentou a
delegada ao DN, por telefone, na tarde da quinta-feira (1º/03). O vereador vai
prestar depoimento no DP de Jaraguá no próximo dia 15.
Segundo o delegado Abadio Souza e Silva, titular do DP de Campinorte, o rumoroso caso teve início por volta das 10 horas da quarta-feira (28) quando o radialista procurou o presidente da câmara para pedir cópia de um Projeto de Lei em tramitação no Poder Legislativo da cidade, ao final da sessão ordinária.
Após uma discussão entre os dois, Paulo teria dado um tapa no rosto de
Amarildo. O radialista, então, procurou a autoridade policial e registrou um
Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) de agressão.
De acordo com Abadio, o
vereador negou a versão do radialista. "Apenas pedi a ele (Amarildo) que
se retirasse do meu gabinete", disse Paulo ao DN, na tarde da última
quinta-feira. Depois, Amarildo foi para os microfones do programa que apresenta
na Rádio Clube FM e passou a desferir uma série de ataques de cunho pessoal e
administrativo contra o vereador e contra o prefeito Wander Borges (PP). O
presidente da câmara e o prefeito, então, foram até a rádio para pedir espaço para
se defenderem das acusações, o que teria sido negado pelos diretores Rafael
Dias e Fernanda Borges.
"Seria benéfico que a direção da rádio fosse mais democrática e que seus programas tivessem outro perfil. Não queremos tirar a rádio da comunidade, mas seus diretores da rádio comungam com a má-índole desse radialista.
Ele
(Amarildo) aproveita-se do meu perfil, já que não sou uma pessoa de briga, para
abusar e se fazer de vítima, para que a nossa população entre na dele. Trata-se
de uma imprensa sensacionalista e política, que vive de extorquir; que não tem
interesse de apurar fatos; que vislumbra lucratividade comercial; e que não faz
bom uso comunitário como se deveria.
Como prefeito, eleito pela comunidade, não
tenho direito de falar. No dia 28, fui até a rádio e pedi para fazer um
desafio, ao vivo. Se eu devesse algo, poderiam ate pedir meu impeachment. Mas
se não houvesse nada comprovado contra mim, que eles (a direção da rádio) me
pedissem desculpas públicas por três ou quatro programas", explicou o prefeito
Wander Borges.
Depois da discussão, o prefeito procurou o delegado de Campinorte e registrou um TCO por injúria, calúnia e difamação contra o radialista. Segundo Wander, é a segunda vez em oito meses que ele procura a Polícia Civil para queixar-se dos abusos praticados pela rádio. O prefeito contou ao DN, ainda, que está movendo um processo cível pedindo indenização por danos morais contra a emissora, mas que o Poder Judiciário ainda não deu sua decisão final sobre o processo. Na ação, Wander disse que pediu que o valor a ser pago pelo radialista e pela rádio seja revertido à compra de cestas básicas para atender a população campinortense.
"Ele (Amarildo) me acusou de ter gasto dinheiro público na
compra de passagens aéreas em 2009, mas nunca fiz isso nem para salvar vidas de
pacientes de nossa cidade", completou o prefeito. Para o presidente da
Câmara Municipal de Campinorte (que se deslocava até Goiânia num carro oficial
do Legislativo) o encontro dele com Amarildo na BR-153 não foi mera casualidade.
"Eu acredito que estava sendo seguido, pois parei em Jaraguá para lanchar,
desci do carro e logo fui surpreendido por ele (Amarildo), que avançou para me
acertar no peito com o canivete, mas eu o segurei colocando a mão na frente
para me defender", comentou o vereador, ainda assustado com o ocorrido.
Texto Euclides Oliveira
Texto Euclides Oliveira
Terça – feira 6/3/2012 ás 11:15h
Postado pelo Editor
Nenhum comentário:
Postar um comentário