As
autoridades de segurança pública do Rio Grande do Norte informaram já ter
identificado pelo menos seis presos que comandaram a rebelião na Penitenciária
Estadual de Alcaçuz, em Nísia da Floresta, na região metropolitana de Natal. O
motim começou perto das 17h de sábado (14/01), após uma briga entre integrantes
de facções criminosas rivais que cumprem pena na unidade, e foi contida no começo
da manhã de domingo (15/01).
Segundo
os secretários estaduais da Justiça e da Cidadania, Walber Virgolino da Silva
Ferreira, e da Segurança Pública e Defesa Social, Caio César Marques Bezerra, a
participação de outros detentos na rebelião está sendo apurada. Todos os
apenados cujo envolvimento ficar provado responderão a processos criminais,
podendo ser transferidos para presídios federais de segurança máxima.
O
número exato de mortos e feridos ainda está sendo averiguado. Em coletiva de
imprensa concedida esta manhã, em Natal, Virgolino confirmou a morte de pelo
menos dez detentos, mas não descartou a hipótese deste número ser maior. Apesar
das mortes e dos danos materiais à penitenciária, o secretário da Justiça e da
Cidadania classificou a operação de retomada do controle da unidade como um
sucesso.
"Durante
a semana, sofremos críticas dizendo que quem mandava no sistema penitenciário
do Rio Grande do Norte não era o estado. Se o estado não tivesse total
controle, outras unidades prisionais tinham se rebelado, como aconteceu em
2015. Por que eu digo que foi um sucesso? Porque conseguimos evitar um maior
número de mortes. O pavilhão [rebelado] tem 200 presos. Se morreram dez ou 20 é
ruim. Ninguém queria que isso acontecesse, mas podiam ter morrido os 200",
disse Virgolino, destacando o fato de nenhum agente penitenciário ou policial
militar ter sido ferido durante a rebelião.
As
mortes em Alcaçuz são mais um episódio da guerra entre facções criminosas que
disputam o controle de atividades ilícitas, sobretudo do narcotráfico. De
acordo com as autoridades potiguares, as rebeliões e as chacinas de presos
registradas no Amazonas e em Roraima nos primeiros dias do ano “estimularam” os
detentos do Rio Grande do Norte. Segundo Virgolino, em todas as unidades da federação
do país, o clima no sistema prisional é de tensão. No decorrer da última
semana, a Polícia Militar (PM) já tinha apreendido armas e celulares no
interior da penitenciária.
“Como
em qualquer outro canto do país, no Rio Grande do Norte há uma briga entre
facções criminosas. Há uma organização de nível nacional que está tentando
dominar o Brasil. E há as facções locais que tentam impedir esse
crescimento", comentou Virgolino.
Segunda-feira,
16 de Janeiro de 2017
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