Manifestantes
protestam, segunda-feira(2/1), contra o reajuste nos valores das passagens do
transporte público do Distrito Federal. Embalados pelo grito "Pula, sai do
chão contra o aumento do busão" e faixas com palavras de ordem, os
passageiros iniciaram o ato às 17h30, na Rodoviária de Brasília. Após cerca de
uma hora de concentração, eles deixaram o local e iniciaram caminhadas em vias
da capital, bloqueando o trânsito. O grupo passoy pela via S1 e W3 Sul e, em
seguida, foi até o trecho situado entre o Hospital de Base e o Setor Comercial
Sul. O trânsito foi parcialmente interrompido e liberado por volta das 20h30.
Devido
ao avanço da manifestação, a Polícia Militar chegou a interromper o trânsito em
local próximo ao Setor Hoteleiro Sul, na altura do Brasil 21. Entre os carros,
os manifestantes levantaram diversas faixas. Uma das bandeiras descrevia:
"Planaltina contra os ataques ao povo"; outras pediam auditorias no
transporte público.
Em
uma passeata pela Rodoviária, os manifestantes convocaram a população para
participar do protesto. "Motorista, cobrador... Me diz aí se seu salário
aumentou", foram palavras entoadas, em razão da justificativa do governo,
segundo quem a necessidade do reajustes decorre, em parte, do elevado gasto com
a folha salarial dos funcionários.
Na
rodoviária, o posto do DFTrans foi fechado por volta das 19h45. Os funcionários
alegam que interromperam o atendimento por causa de uma queda no sistema, mas
passageiros dizem que o motivo pode ser outro. A estudante Morgana Valente, 26
anos, chegou ao posto por volta das 18h30 e não conseguiu recarregar o cartão.
"É um absurdo essa situação. Somente tinha dois funcionários, uma fila
enorme e agora resolvem fechar. Disseram apenas que o sistema saiu do ar, mas
acreditamos que tem relação com os protestos. Só queremos ir para casa",
reclamou.
Direito
O
ato desta segunda-feira foi convocado nas redes sociais pelo Movimento Juntos,
mas outras entidades aderiram. Um dos organizadores, Vladmir Almeida, acredita
que a revisão tarifária é uma afronta ao direito de ir e vir do cidadão.
"O trabalhador não é apenas trabalhador quando está no serviço. O
estudante não é somente estudante quando está na escola. Temos direito ao
lazer, à cultura... Esse aumento abusivo de 25% impossibilita as pessoas de
terem esse acesso." Na visão dele, o acréscimo é inaceitável, considerando
a qualidade do serviço de ônibus e metrô no DF. "Não podemos aceitar esse
valor. É um absurdo", completou.
Para
reforçar a segurança e evitar possíveis depredações, além do chamado
"catracaço", o Grupamento de Pronto-Emprego (GPE) da Polícia Militar
foi enviado ao local, e outro contingente de oficiais foi colcado de
sobreaviso. Na Estação Central do Metrô, PMs fizeram um cordão de isolamento
nas estradas do terminal. Até o momento, não há registro de violência no ato.
A
Avenida Hélio Prates, em Taguatinga, também recebeu mobilizações. Cerca de 20
pessoas, munidas de cartazes com as descrições "R$5 eu não pago" e
"25%... Ficou louco", os manifestantes bloquearam a via por cerca de
cinco minutos. A chegada da PM, entretanto, garantiu a desobstrução da pista.
Aumento
A
revisão tarifária estabelece um aumento de R$ 2,25 para R$ 2,50, no caso de
linhas circulares internas; de R$ 3 para R$ 3,50, nas passagens de coletivos de
ligação curta; e de R$ 4 para R$ 5, nas viagens de longa distância e no metrô
(leia O reajuste). Esse é o segundo reajuste referente à malha metroviária
durante a gestão de Rodrigo Rollemberg (PSB). Em comparação ao início de 2015,
quando o chefe do Executivo local assumiu a gestão do DF, o valor da tarifa
mais cara subiu 66%.
Diálogo
A
cúpula da Câmara Legislativa terá uma reunião com o governador Rodrigo
Rollemberg (PSB), às 19h30 desta segunda-feira, para solicitar a suspensão
temporária do decreto que prevê a revisão tarifária, até que o assunto seja
debatido de maneira mais ampla.
Caso
o chefe do Executivo local não acate o pedido, os deputados distritais
garantiram a convocação de uma sessão extraordinária, durante o recesso
parlamentar, para apresentar um projeto de decreto Legislativo que suste os
efeitos da revisão tarifária, anunciada pelo Palácio do Buriti na última
sexta-feira. (Com o Correio Brasiliense)
Segunda-feira,02
de Janeiro de 2017
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