A
elevação de PIS e Cofins sobre a gasolina e diesel é a alternativa de alta de
tributo considerada mais viável pela área técnica do governo para ajudar no
cumprimento da meta fiscal deste ano. A medida pode garantir uma arrecadação
extra de R$ 3 bilhões em 2017.
Apesar
da promessa do presidente Michel Temer de não aumentar a carga tributária no
seu governo, a alta de tributos está na mesa de discussão da equipe econômica
como uma das opções para ajudar a tapar o buraco de R$ 40 bilhões nas contas do
governo. É o que falta de receita para fechar o Orçamento dentro da meta
fiscal, que prevê déficit de R$ 139 bilhões nas contas.
Ontem,
o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o corte no Orçamento, que
deve ser anunciado na próxima semana, poderá ser reduzido ao longo do ano com o
aumento de impostos. De acordo com ele, com o relatório de receitas e despesas,
também será anunciado se haverá ou não a necessidade de aumento de impostos e
quais as propostas do governo para a alta de tributos.
Entre
as propostas entregues pela área técnica estão também o aumento de IOF sobre
algumas operações de câmbio e de crédito e a reoneração da folha de pagamento.
No entanto, esta última é considerada bem mais complexa, pois depende de
aprovação de projeto de lei ou medida provisória. O aumento de PIS e Cofins
sobre combustíveis e do IOF pode ser feito por decreto, o que evitaria
discussões no Congresso neste momento conturbado da política. A elevação da
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide, o imposto sobre
gasolina), além de ter de ser aprovada pelos parlamentares, só poderia entrar
em vigor depois de três meses da data da aprovação.
A
insuficiência de caixa terá de ser coberta com corte de despesas, receitas
extraordinárias já esperadas com os programas de repatriação e de regularização
tributária e, agora, com a provável alta de impostos. Segundo Meirelles, o
governo trabalha com a expectativa de arrecadar R$ 7 bilhões para União com a
repatriação.
A
equipe econômica não quer correr risco de ter de mudar a meta fiscal ao longo
do ano. Mas enfrenta a dificuldade de ter de trabalhar num ambiente de grande
incerteza de receitas – inclusive da arrecadação com concessões e privatizações
– prevista no Orçamento aprovado pelo Congresso. O aumento de impostos pode
reduzir a necessidade de um corte maior.
Foram
apresentadas várias propostas de aumento de impostos, mas a definição só
ocorrerá na semana que vem, depois que Meirelles voltar da reunião do G-20, na
Alemanha. Há diversas propostas circulando. A estratégia é que o
contingenciamento fique mais próximo de R$ 30 bilhões, disse uma fonte da
equipe econômica, acrescentando que os valores estão cercados ainda de uma
“margem de grande incerteza”.
IOF
A
elevação do Imposto de Operações Financeiras (IOF) sobre algumas operações de
câmbio, que hoje já são tributadas em 0,38%, e de crédito, também estão em
análise. Entre elas, crédito rural e do BNDES. Elas poderão garantir mais R$
1,2 bilhão este ano, se começarem a vigorar em 1.º de abril. Em 12 meses, a
medida garante cerca de R$ 1,6 bilhão.
Para
o economista Raul Velloso, esse é o pior momento para aumento de impostos, pois
iria punir alguns segmentos da sociedade por uma busca de cumprimento da meta
de déficit primário que não justifica o esforço, além de destoar da política
anunciada anteriormente, de estabelecer um limite de gastos por parte do
governo.
Na
contramão, o professor da EPGE/FGV Antonio Carlos Porto Gonçalves diz que um
aumento pontual de impostos poderia acelerar a política de corte de juros sem
minar a volta da disposição para o consumo da sociedade ou a volta do
investimento. (AE)
Quinta-feira,
16 de Março de 2017 ás 10hs00
BNDES E CGU ASSINAM ACORDO
PARA AMPLIAR PRÁTICAS DE TRANSPARÊNCIA
O
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério da
Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU) assinam nesta
quinta-feira, 16, um acordo para ampliar a cooperação técnica já existente
entre as duas instituições com foco no aperfeiçoamento de mecanismos de
transparência e acesso a informações públicas.
O
acordo de cooperação será assinado em Brasília pelo secretário-executivo da
CGU, Wagner Rosário, e pelo diretor das áreas de Gestão de Riscos, Tecnologia
da Informação e Controladoria do BNDES, Ricardo Baldin, em cerimônia que será
realizada no início do Seminário Internacional de Transparência e Acesso à
Informação. O evento encerra a Semana de Ouvidoria e Acesso à Informação,
promovida pela pasta.
No
atual contexto de ampliação das práticas de transparência na sociedade
brasileira e do estreitamento das relações entre o BNDES e o Ministério da
Transparência, o acordo tem por objetivo intensificar a troca de informações e
experiências entre os profissionais das duas instituições sobre iniciativas de
promoção do direito à participação social e o acesso à informação.
Parcerias
– Entre as ações conjuntas previstas no acordo estão a capacitação de gestores
e empregados, a realização de eventos, o aprimoramento de mecanismos de
atendimento ao cidadão e o compartilhamento de documentos e normas de execução
e fiscalização. A vigência do acordo é de cinco anos, prorrogável por igual
período.
O
acordo de cooperação técnica já existente entre o BNDES e o Ministério da
Transparência foi firmado em março do ano passado. Em maio, as duas
instituições celebraram outro acordo, que permitiu o compartilhamento de dados
protegidos pelo sigilo bancário entre o BNDES e a Secretaria Federal de
Controle Interno (SFC/CGU), nos mesmos moldes do que foi feito com o Tribunal
de Contas da União (TCU).
O
BNDES afirma que vem aprimorando seus mecanismos de transparência para ampliar
o acesso do cidadão às suas informações. Entre diferentes iniciativas, o Banco
reformulou o seu site no segundo semestre do ano passado, objeto agora de uma
nova campanha institucional. Com navegação mais fácil e linguagem simplificada,
o portal www.bndes.gov.br permite a consulta das condições dos mais de 1 milhão
de contratos de financiamento do Banco ao longo das duas últimas décadas, que
foram firmados com mais de 300 mil clientes.
Para
tanto, basta o cidadão incluir no campo específico o nome da empresa ou ente
público a ser pesquisado. O site disponibiliza ainda informações sobre linhas
de financiamento, estatísticas operacionais, demonstrações financeiras do Banco
e estudos setoriais.
Quinta-feira,
16 de Março de 2017 ás 10hs00
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