A
procuradoria-Geral da República (PGR) enviou, segunda-feira (16/4), réplica às
alegações da defesa de quatro senadores, dois ex-senadores e três executivos de
empreiteiras acusados de crimes de corrupção passiva e ativa, e lavagem de
dinheiro, entre 2008 e 2012, com a Transpetro, braço de logística e transporte
da Petrobras. A denúncia foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) em
agosto de 2017, e ainda aguarda análise da Suprema Corte.
O
texto da PGR rebate as alegações dos senadores do MDB Renan Calheiros (AL),
Garibaldi Alves Filho (RN), Romero Jucá (RR) e Valdir Raupp (RO); do
ex-presidente da República José Sarney; bem como dos administradores da NM
Engenharia e da NM Serviços Luiz Maramaldo e Nelson Cortonesi Maramaldo; e do
executivo da Odebrecht Ambiental Fernando Reis.
De
acordo com a denúncia houve repasse de verbas para o então PMDB (hoje MDB) a
diretórios do partido, pela NM Engenharia e pela Odebrecht Ambiental (braço do
grupo Odebrecht que administra concessões na área de saneamento), com a
contrapartida de que essas empresas fossem privilegiadas em contratos com a
Transpetro.
NÃO É SÓ DELAÇÃO
Ao
longo de 80 itens, Dodge rebate as alegações dos denunciados e expõe a
fundamentação para as denúncias e a manutenção do inquérito frente ao STF. A
PGR rechaça as alegações da maioria dos investigados de que a denúncia se
baseia somente em delações. “Os fatos narrados na denúncia amparam-se em provas
independentes, obtidas durante a investigação, aptas a confirmar as declarações
dos colaboradores. Há, pois, justa causa para deflagrar a ação penal”, assevera
na réplica.
O
documento também repele a argumentação de diversos envolvidos para que a
denúncia seja rejeitada pela Suprema Corte. “Denúncia genérica e inconsistente
é a que não permite a compreensão dos fatos imputados aos acusados, cerce
ando-lhes a possibilidade de defesa. Entretanto, pela leitura da peça
apresentada, é possível compreender com clareza os fatos narrados”, afirma
Dodge.
Para
a PGR, as impugnações feitas pelos acusados quanto à interpretação dos fatos descritos
na denúncia dizem respeito ao mérito da causa. “Por isso, devem ser analisadas
mais apropriadamente ao final da instrução processual”, aponta.
O
ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, pivô do esquema investigado, não
fez contestações à denúncia da PGR, justificando que o fará durante o
interrogatório judicial, além de reafirmar “integralmente as declarações
prestadas até o momento e o seu compromisso de cooperar com as investigações em
curso”.
Entre
todas as alegações feitas pela defesa dos acusados, Raquel Dodge aceitou apenas
a argumentação dos executivos Luiz e Nelson Maramaldo, os quais afirmaram que a
denúncia os responsabilizavam por oito atos de corrupção ativa, quando a
acusação “relaciona sete repasses indevidos de verbas a diretórios políticos,
por meio de doação oficial”, diz o texto. (Com informações da Secom da PGR)
Quarta-feira,
18 de abril, 2018 ás 00:05
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