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9 de abril de 2018

Decisões da justiça não têm feito 'a lei valer para todos', diz PGR


A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou, em palestra para alunos das universidades de Harvard e MIT, nos Estados Unidos, no sábado, 7, que a Justiça brasileira “não é para todos”.

"Ela costuma atingir muito rapidamente para os que não podem pagar por advogados, em geral pessoas pobres, presas em flagrante e que ficam encarceiradas por longos anos. Todavia, a Justiça atinge, quando atinge, muito lentamente os que têm recursos financeiros para manter um processo aberto e interpor sucessivos recursos, que impedem uma condenação definitiva, ou (impedem) a pena de ser cumprida", avaliou.

Sem citar o ex-presidente Lula durante a palestra, Dodge afirmou que "os mais ricos não têm sido responsabilizados criminalmente pelos crimes de corrupção, e os mais pobres continuam à margem da proteção da lei quando se trata de direitos fundamentais".

Segundo a procuradora-geral, "prendemos muito, mas prendemos mal". "A maioria são jovens presos por furtos, por tráfico de pequenas quantidades de droga. No entanto, autores de crimes de colarinho branco, os que furtam elevada quantidade de recursos públicos, ou estão soltos, muitos sequer foram investigados e punidos."

"Os donos dos negócios de tráfico de armas, drogas e munição também não estão presos", prosseguiu.

Para a procuradora-geral, a impunidade de poderosos - empresários e políticos - contribui para a desigualdade social no país, já que verbas desviadas de serviços públicos não chegam até a população. Os brasileiros teriam demorado a acordar para essa situação, segundo Dodge.

"As pessoas apropriavam-se de bens públicos, utilizavam helicópteros públicos para fins privados, permitiam construção de obras públicas em obras privadas, uso de servidores públicos para prestar serviços privados, permitiam e toleravam a corrupção de verbas públicas", afirmou.

"Isso (vinha) impedindo a prestação de serviços para a população. Saúde, educação, transportes contam há muitos anos com orçamento público elevado, mas nunca tivemos atitudes incisivas para cobrar que fossem efetivamente utilizados".

Para Dodge, no entanto, "a (operação) Lava Jato, o (julgamento do) mensalão e algumas poucas novidades têm mudado esse quadro".

Ao comentar o crescente empenho da sociedade em cobrar punição a corruptos, Dodge citou uma frase do ícone americano de direitos civis Martin Luther King, cuja morte acaba de completar 50 anos. "Quando os fatos se reúnem aos sentimentos, quando o que acontece na realidade é compartilhado pela percepção das pessoas, surge a urgência do agora."

(Com informações da BBC Brasil)


Segunda-feira, 9 de abril, 2018 ás 00:05

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