O
presidente Jair Bolsonaro falou na quinta-feira (25/07), durante live semanal
no Facebook, que pretende extinguir a Agência Nacional do Cinema (Ancine). Ele
vem, desde a semana passada, citando que a agência fomenta, com dinheiro
público, obras cinematográficas que atentam contra a família, e voltou a citar
o caso do filme Bruna Surfistinha, lançado em 2011.
Na
época, o filme recebeu cerca de R$ 4,3 milhões em renúncia fiscal, segundo a
Ancine, mas obteve bilheteria de R$ 20 milhões e foi visto por mais de 2
milhões de espectadores no cinema.
“Vamos
buscar a extinção da Ancine. Não tem nada que o poder público tenha que se
meter a fazer filme”, disse.
Bolsonaro
também disse ter solicitado que a Ancine recue na autorização dada para
captação de R$ 530 mil em isenção fiscal para a produção do documentário Nem
Tudo se Desfaz, do diretor Josias Teófilo, que trata dos acontecimentos que
levaram à eleição do presidente em 2018. O filme trata sobre o crescimento da
linha conservadorista no país desde as manifestações de junho de 2013.
“Recentemente
tomei conhecimento sobre a liberação para captação de R$ 530 mil via Ancine
para produção de um filme sobre minha campanha nas eleições. Por coerência
sugeri que voltassem atrás nessa questão. Não concordamos com o uso de dinheiro
público também para estes fins”, escreveu o presidente em sua conta no Twitter.
Durante
a live, ele voltou a tratar do assunto e reforçou sua posição que, segundo ele,
não se trata de censura. “Deixo bem claro, quem no Brasil quiser fazer filme
com Bruna Surfistinha, seja quem for, fique à vontade. Isso, se nós fôssemos
interferir, seria uma censura. O que nós não podemos admitir e não queremos, é
esse tipo de filme, ou filme de político, como o meu, [seja feito] com dinheiro
público”, disse.
Umas
das medidas em estudo no governo é retirar da Ancine a gestão do Fundo Setorial
do Audiovisual (FSA). Criado pela Lei nº 11.437/2006, o FSA é destinado ao
desenvolvimento de toda a cadeia produtiva da atividade audiovisual no Brasil.
O fundo contempla atividades associadas aos diversos segmentos, como produção,
distribuição, comercialização, exibição e infraestrutura de serviços, por meio
de investimentos, financiamentos, operações de apoio e de equalização de
encargos financeiros. O orçamento do FSA para este ano é de R$ 724 milhões. A
eventual extinção da agência, no entanto, dependerá de aprovação pelo Congresso
Nacional.
Conad
O
presidente também rebateu as críticas pela reestruturação do Conselho Nacional
de Políticas sobre Drogas (Conad). Decreto publicado esta semana extinguiu a
participação da sociedade civil no órgão e a medida foi criticada pelas
organizações.
Segundo
o presidente, a redução do conselho vai dar mais agilidade ao seu
funcionamento. “Um conselho menor, mais enxuto, mais seleto, temos condições de
discutir uma política antidrogas que, realmente, seja boa para todos nós,
brasileiros”.
Caged
Jair
Bolsonaro também comemorou o resultado da geração de empregos no primeiro
semestre. De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged) divulgados nesta quinta-feira pelo Ministério da
Economia, foram gerados 123.836 postos de trabalho, o melhor resultado para o
mês em cinco anos. Nos primeiros seis meses do ano, o saldo positivo na geração
de empregos soma 408.500 novas vagas.
“É
sinal de que a economia vai reagindo”, disse o presidente. Ele ainda defendeu a
reforma trabalhista, aprovada em 2016 durante o governo de Michel Temer, e
disse que votou a favor da medida. “Se não tivesse sido aprovado isso lá atrás,
com toda a certeza talvez tivéssemos uma recuperação muito menor”. (ABr)
Quinta-feira,
26 de julho, 2019 ás 11:00
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