Ao
autorizar a Polícia Federal (PF) a prender, em caráter temporário, quatro dos
suspeitos de acessar, sem autorização, os telefones celulares de autoridades
públicas como o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, o juiz
Vallisney de Souza Oliveira, titular da 10ª Vara Federal de Brasília, afirmou
enxergar “fortes indícios de que os
investigados integram organização criminosa”.
Em
sua decisão, o magistrado escreveu que, ao pedir a prisão temporária de Danilo
Cristiano Marques, Gustavo Henrique Elias Santos, Suelen Priscila de Oliveira e
Walter Delgatti Neto, a PF apresentou “um histórico de possíveis crimes” que os
investigados praticaram em conjunto” para “violar o sigilo telefônico de
diversas autoridades públicas brasileiras via invasão do aplicativo Telegram”.
Para
o juiz, as prisões temporárias dos investigados pelo prazo de cinco dias são
essenciais para a obtenção de provas. Inclusive, “sendo o caso, provas contra
outros [possíveis] membros da organização”. Além das detenções temporárias,
Oliveira autorizou também a realização de buscas e apreensões em sete endereços
ligados aos suspeitos, nas cidades de Araraquara, Ribeirão Preto e São Paulo.
O
magistrado também autorizou a quebra do sigilo das mensagens eletrônicas dos
investigados, determinando às empresas Apple, Google, Uol/Bol e Microsoft que
forneçam os dados cadastrais, os registros IP de acesso e todos os dados e
arquivos em nuvem relativos às contas de e-mail dos suspeitos que tenham sido
armazenados nos últimos seis meses.
Por
fim, o juiz deferiu o pedido de quebra do sigilo bancário de Danilo, Gustavo,
Suelen e de Walter, determinando ao Banco Central comunicar a decisão judicial
às instituições bancárias com quem os quatro tenham se relacionado entre
primeiro de janeiro deste ano e 17 de julho. Valores superiores a R$ 1 mil
disponíveis nas contas dos suspeitos deverão ser bloqueados.
De
acordo com a PF, Gustavo movimentou em sua conta bancária R$ 424 mil entre 18
de abril e 29 de junho deste ano. Sua companheira, Suelen, movimentou pouco
mais de R$ 203 mil entre sete de março e 29 de maio últimos. Ainda segundo a
PF, Gustavo, um dj de 28 anos, informou ao banco em que tem conta que seu
rendimento mensal é da ordem de R$ 2.866. Suelen informou ganhar, mensalmente,
cerca de R$ 2.192.
Durante
o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, terça-feira (23/07), os
policiais federais apreenderam R$ 100 mil na casa de Gustavo. De acordo com o
advogado Ariovaldo Moreira, defensor do casal Gustavo e Suellen, a quantia
apreendida seria usada para a compra de bitcoins (criptomoedas). “Ele garante
ter como comprovar a origem do dinheiro apreendido”, afirmou, hoje, Moreira.
(ABr)
Quarta-feira,
24 de julho, 2019 ás 15:21
Nenhum comentário:
Postar um comentário