O
deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) ingressou na sexta-feira (12/07) com pedido
de investigação junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) para que sejam
analisadas irregularidades nos gastos do PT na campanha Lula Livre, ocorridas
com dinheiro do fundo partidário.
O
caso foi revelado por ISTOÉ na edição de sexta-feira (11/07). Com base em notas
fiscais apresentadas pelo PT junto à Justiça Eleitoral, a reportagem de detectou
que pelo menos R$ 1 milhão foi gasto em atos públicos ou ações que tiveram como
objetivo pedir a liberdade do ex-presidente Lula, preso em Curitiba desde abril
do ano passado.
As
planilhas às quais a revista teve acesso somam aproximadamente 10 mil páginas.
Elas revelam que a legenda bancou com a verba pública despesas de boa parte de
seus dirigentes para que eles estivessem presentes em São Bernardo do Campo
durante o ato de resistência à prisão de Lula, na sede do Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC, entre os dias 6 e 7 de abril de 2018, ou nos dias
seguintes em Curitiba, para onde o petista foi levado preso. Os gastos se
estenderam a eventos que pediam a libertação do petista nos meses de maio e
começo de junho.
Muitas
das viagens de parlamentares do PT a Curitiba para visitar Lula na cadeia, como
as dos senadores Lindbergh Farias e Gleisi Hoffmann, também foram custeadas
pela União. Do mesmo modo que as despesas com deslocamentos de Fernando Haddad,
ex-prefeito de São Paulo, e da ex-presidente Dilma Rousseff, entraram na cota
do dinheiro meu, seu e nosso. Um verdadeiro acinte, para dizer o mínimo.
Esse
pedido de investigação foi encaminhado para a procuradora-geral da República,
Raquel Dodge. No pedido de esclarecimentos, o deputado alerta que as atividades
a serem financiadas pelo fundo partidário devem se ater a “atividades de
organização meramente partidárias”. “Ao cumprimentá-la cordialmente, venho
através deste, solicitar a Vossa Excelência uma investigação sobre o uso do
fundo partidário para bancar a campanha ‘Lula livre’ pelo Partido dos
Trabalhadores, conforme revelado em levantamento da revista IstoÉ, que relatou
os gastos do PT com diárias, passagens e outras despesas ligadas a esta
campanha, com recursos que devem ser utilizados apenas em atividades de
organização meramente partidárias”, reforça o deputado no pedido de investigação.
As
contas do partido estão sob análise do ministro Edson Fachin, do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE). (IstoÉ)
Sexta-feira,
12 de julho, 2019 ás 17:00
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