O
Brasil tem uma prioridade só no momento — tirando, naturalmente, o combate ao
coronavírus, que não deixa espaço para escolhas. Na verdade, não é bem uma
prioridade. É uma obrigação. Com eleição ou sem eleição, com “calendário”
apertado ou não, com a imensa complexidade técnica de se transformar quase toda
a máquina de governo de um país, não há jeito: tem de fazer as reformas essenciais
que estão na mesa para aprovação. Ou é isso ou é crescimento de 1% ao ano pelo
resto da vida.
Para
quem está na parte alta da pirâmide do bem-estar, da renda e do patrimônio, não
é preciso mudar nada, é claro — se eles vivem tão bem do jeito que estamos, por
que mudar? Deixa assim.
Na
verdade, é aí, e em nenhum outro lugar, que se comanda a verdadeira guerra
contra as reformas. Quem está em cima, no caso, não são necessariamente os mais
ricos — muitos deles, por sinal, apoiam com entusiasmo as reformas. O problema
são os que não querem mexer, porque não querem deixar o conforto, as garantias
e o estilo de vida.
Para
todo o resto do Brasil, porém, as reformas são a única porta de saída para uma
vida melhor — ou, se não der tempo para eles, para os seus filhos.
Naturalmente, é preciso fazer o serviço direito.
Ninguém
está propondo reformas de “qualquer jeito”, pois não adianta mudar para ficar
igual ou pior. Mas a urgência desse trabalho supera tudo o que há para ser
feito no Brasil de hoje.
(J.R
Guzzo)
Quarta-feira,
11 de março, 2020 ás 17:00
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