Os
governadores de Estado que estão determinando o fechamento das igrejas, ou
qualquer outro templo religioso, que se equipare à condição de igreja, podem
estar cometendo um equívoco pensando em fazer o certo, o que é comum em tempo
de tantas perplexidades.
Resta
evidente que eles talvez não tenham se apercebido de que a ação das associações
religiosas vai além da disseminação da doutrina, e é há milênios também de
caráter social, especialmente em comunidades vulneráveis e desassistidas, onde
a condição de miséria absoluta ainda persiste.
Faço
parte de um movimento espírita que, dentre muitos trabalhos assistenciais,
distribui sopa para moradores em condições de vulnerabilidade.
Muitos
vivem na rua há anos, enquanto outros se sustentam da alimentação oferecida,
apesar de exercerem alguma atividade profissional informal.
A
existência dos trabalhos de caridade, fundamentalmente pelos movimentos
religiosos, que trabalham com profunda disciplina e organização logística, são
fundamentais para a sobrevivência de muitos em condições de indigência,
marginalidade e vulnerabilidade.
A
capilaridade dos movimentos religiosos é indiscutível no curso do processo
civilizatório. Eles chegam aonde o Estado muitas vezes não consegue chegar
sozinho, até muitas vezes por razão do crime organizado ou da política.
Eles
são a sociedade civil viva participando sozinha ou complementando ações
coordenadas pelo Estado.
Chegará
o dia em que a eficiência dos trabalhos sociais, que o Estado oferece,
permitirá que os movimentos religiosos apenas se ocupem com a condução da
reforma moral do homem no mundo, e não da distribuição do alimento diário.
Ainda muito distante nos dias atuais, faz-se imperiosa a participação dos
movimentos religiosos.
Portanto,
antes de impedir a ação dos movimentos religiosos, o Estado pode e deve
estimulá-los e coordená-los, para continuar fazendo, com mais foco e sinergia,
o que vem sendo feito por eles há milênios, não apenas nessa, mas em todas as
calamidades que assolaram a humanidade.
O
Estado retira aqueles que estão dispostos a arriscar as suas vidas em favor do
próximo e não cria alternativa, além de interromper alguns serviços que eram
oferecidos, de forma informal, pelo próprio Estado, a doação de comida e água,
atualmente proibida pelo Corpo de Bombeiros Militar, sob a justificativa de
risco de contaminação.
Os
jornais em vez de discutirem de forma séria a importância desse serviço
assistencial, resumem, de forma sórdida, que a manutenção do funcionamento das
igrejas tem como objetivo garantir, apenas, o pagamento do dízimo.
Transformaram o tema, de forma deprimente, em um ataque ao Presidente Jair
Bolsonaro que vem tentando manter o seu regular funcionamento.
Os
meios de comunicação se tornaram no que há de pior no país. Eles torcem
abertamente para que tudo fracasse. Eles não têm o menor compromisso com a
nação. Lamentável.
Espero
que parte da população entenda a importância da manutenção de todos os templos
funcionando.
*Tribuna
da internet
Terça-feira,
24 de março, 2020 ás 12:00
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