Um
político de Águas Lindas é acusado de participar de esquema de venda ilegal de
lotes
Um
vereador de Águas Lindas está envolvido em um esquema de venda ilegal de lotes
no município goiano vizinho ao Distrito Federal. A Polícia Civil estadual
identificou, além dele, sete integrantes do grupo, incluindo Cristiano de JesusLucas, 26 anos, desaparecido havia 22 dias e encontrado morto na fazenda do
policial militar de Goiás José Fernandes Leite — esse último também é suspeito
de participar das operações fraudulentas. A polícia prendeu, ainda, uma tabeliã
de Montalvânia (MG), acusada de emitir procurações falsas. De acordo com o
delegado Cléber Martins, à frente das investigações, a funcionária emitiu mais
de 30 documentos em nome de Cristiano e de outros suspeitos para que eles
vendessem lotes de terceiros na cidade. Cada procuração custava, pelo menos, R$
1,5 mil.
A
Polícia Civil não divulgou o nome do político. As investigações começaram no
início de fevereiro, quando o proprietário de uma casa desocupada descobriu que
o lote dele, localizado no bairro Jardim Brasília, tinha sido vendido com o uso
de documentos falsos — os acusados agiram, principalmente, em endereços nos
quais os donos estavam mortos. A vítima registrou ocorrência na delegacia de
Águas Lindas. O primeiro suspeito identificado foi Cristiano, que delatou o
esquema. Ele desapareceu alguns dias depois de prestar depoimento. Familiares
fizeram uma manifestação em 26 de fevereiro na BR-070 a fim de pressionar os
agentes a encontrá-lo.
Segundo
testemunhas ouvidas pelo Correio, ele teria prestado depoimento no mesmo dia em
que o policial militar José Fernandes. Porém, existe a possibilidade de alguém
de dentro da Polícia Civil ter informado os integrantes do grupo. “Estamos
investigando isso. O Cristiano colaborou com a polícia e, por isso, acreditamos,
ele foi morto. O suspeito (PM) está preso. Ele responderá pelo inquérito sobre
a venda ilegal de lotes e também será autuado em flagrante pelo sequestro
seguido de morte do rapaz”, explicou Cléber. Somadas, as penas pelos crimes
chegam a 30 anos de prisão. O delegado informou que José Fernandes permaneceu
calado no depoimento, por orientação do advogado.
Luiz
Calcagno –Correio Brasiliense.
Quinta-feira,
19 de março, 2015.
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