A
ex-senadora Marina Silva (Rede) afirmou terça-feira(8/12), em Paris, que a
carta enviada pelo vice-presidente Michel Temer à presidente Dilma Rousseff
"oficializa" a ruptura entre os dois líderes e os dois partidos, PT e
PMDB. Segundo ela, a ruptura "na prática já ocorreu" antes de a carta
ser enviada. Para a ex-candidata presidencial, que foi uma das palestrantes na
21ª Conferência do Clima (COP-21), o vice-presidente também é responsável pelas
pedaladas fiscais.
Questionada
se o documento aprofundava as "divergências" entre Dilma e Temer, a
ex-senadora afirmou: "Divergência é um termo que você usa com muita
brandura. Eu considero isso uma ruptura. Só que não é uma ruptura que se
oficializa, porque na prática ela vem de muito tempo, pelo visto. Está narrada
na carta do próprio vice-presidente. Ele apenas oficializou aquilo que nós
ainda não tínhamos como uma informação oficial", afirmou Marina Silva.
Para
a ex-senadora, Temer também tem responsabilidade nas "pedaladas
fiscais", razão alegada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo
Cunha, para abrir o processo de impeachment contra a presidente, e envolvimento
com a crise econômica e política. "O partido dele também está envolvido na
Lava Jato", lembrou.
'Ansiedade
tóxica'
De
acordo com Marina Silva, o Brasil está vivendo um momento de "ansiedade
tóxica". "Nós temos de parar com essa ansiedade tóxica de querer
repetir a história. Tem muita gente querendo repetir a história", disse
ela, referindo-se ao impeachment. A ex-senadora reforçou que prefere o processo
de análise do pedido de cassação do mandato da chapa Dilma-Temer nas eleições
de 2014, em curso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao processo de
impedimento aberto na Câmara.
"Há
um processo no TSE que levanta a hipótese de que o dinheiro do Petrolão tenha
sido usado para irrigar a campanha da presidente e do vice-presidente. Ambos
são faces da mesma moeda", disparou.
Segundo
Marina Silva, embora o impeachment "não seja golpe", ele abriria a
porta para uma saída casuística, com a chegada ao poder de Michel Temer.
Segundo ela, isto não permite dizer que os problemas estariam resolvidos. (AE)
Quarta-feira,
09 de dezembro, 2015
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