Importa
menos o autor do diagnóstico. Se Romero Jucá ou Sérgio Machado: um dos dois
falou e o outro concordou que a Operação Lava Jato só interromperia sua sanha
de investigar e punir políticos corruptos com o afastamento da presidente Dilma
Rousseff do poder. Metade da profecia foi cumprida, pois Madame está afastada.
Tudo indica que a outra metade também, pois a Polícia Federal, o Ministério
Público, a Receita e o Judiciário continuam investigando, prendendo e
condenando.
Quanto
ao ex-ministro do Planejamento e o antigo senador, seu destino será cumprido:
vão parar na cadeia, envolvidos na corrupção verificada em torno da Petrobras.
A
dúvida que sobra refere-se ao futuro de Dilma. Afastada da presidência da
República por 180 dias, aguarda seu julgamento pelo Senado. Claro que não foi
punida porque atrapalhava a elucidação da roubalheira. Simplesmente, não
interferiu na iniciativa do juiz Sérgio Moro e sua turma. Não mobilizou seu
ministro da Justiça para pressionar a Polícia Federal e, muito menos, convocou
o Procurador Geral da República para instruções. Deixou que a Justiça seguisse
seu curso.
Fica
a conclusão: perdeu temporariamente o mandato por não ter protegido a quadrilha
de vigaristas que se locupletava com os dinheiros públicos?
Aqui
a equação se complica. A presidenta foi para o espaço por incontáveis razões:
não saber governar, desprezar o Congresso, humilhar a classe política,
comportar-se de forma arrogante, cercar-se de incompetentes e não perceber o
caos em que sua administração se tornava.
Parece
fulminada, à medida em que o seu julgamento prosseguir, ainda que seus
adversários necessitem de 55 senadores para condená-la. Menos um, seria
reconduzida ao palácio do Planalto. Parte do PT conta com esse número.
Ignora-se
como o país reagirá, em especial diante da performance de Michel Temer, “aquele
que sabe lidar com bandidos”, conforme suas declarações.
Em
suma, Romero Jucá e Sérgio Machado são a bola da vez. Tudo indica que serão
encaçapados. Com Temer permanente ou Dilma de volta, uma coisa é certa: o
Brasil não merecia tanta desgraça.
Carlos
Chagas
Quinta-feira,
26 de maio, 2016
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