Acaba
de sair pelo ralo, como absurda e inexequível, a antecipação para outubro das
eleições presidenciais marcadas para 2018. Apesar de apoiada pela presidente
Dilma e parte do PT, a sugestão mergulhou nas profundezas. Com o impeachment de
Madame cada vez mais perto, não caberia a Michel Temer outra alternativa senão
terminar de compor o seu ministério. É onde mora o perigo, porque apesar de
umas poucas estrelas de certa grandeza, do tipo José Serra e Henrique
Meirelles, o plantel deixa a desejar.
Temer
optou por distribuir pelos partidos que o apoiam a totalidade do grupo com que
enfrentará os próximos dois anos. Tem produto para todo gosto, na prateleira,
inclusive gente investigada na Justiça. Pelo jeito, a estratégia do novo
presidente é a mesma da Dilma, ou seja, garantir apoio no Congresso, importando
menos a qualidade e a competência dos ministros, mais os votos que trarão na
Câmara e no Senado. Surpresas sempre poderão acontecer, como revelações de
alguns com os quais não se contava. Mas decepções também entrarão na pauta.
O
próximo ministério enfrentará fortes obstáculos deixados pela já quase
antecessora. Em especial na economia, a cargo de Henrique Meirelles, com José
Serra de olho. Mas as pastas sociais também darão trabalho. Assim como as relativas
à infraestrutura.
Será
preciso que Michel Temer preste atenção no PT, senão em Dilma, escanteada, ao
menos no Lula. Assim como nas centrais sindicais.
A
chamada recuperação nacional não acontecerá por milagre. Torna-se necessária
muita força para passar o apagador no quadro negro. Em especial, cuidados para
fiquem de fora todos os políticos hoje objeto de processos por suposta
participação em atos de corrupção. Tem gente de primeiro time na relação, que o
Procurador Geral da República e a Operação Lava Jato não se cansam de
investigar.
Carlos
Chagas
Quarta-feira,
04 de maio, 2016
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