À
medida em que vão sendo revelados os sucessivos episódios da roubalheira
verificada em entidades do governo e da iniciativa privada, à sombra da
Operação Lava Jato e sucedâneos, com a exposição de políticos e empresários
variados, a conclusão é de que dos relacionados não deveria sobra nenhum, ou
sobrarão muito poucos. Pelos cálculos feitos até agora pelo Ministério Público,
a Polícia Federal e a Justiça, já são mais de duzentos os bandidos, estes
reconhecendo a própria culpa, aqueles emergindo das investigações e processos
mais ou menos avançados. Alguns comprovadamente envolvidos, condenados ou em
vias de tanto. Estes já postos na cadeia, outros a caminho.
A
vergonha atinge o país inteiro. Não escapam nomes ilustres.
A
pergunta que se faz é sobre quantos escaparão. Porque tentando, todos estão,
apelando para as delações premiadas, as amizades de sempre, as chicanas e os
advogados abertos ao faturamento variado.
Jamais
a corrupção alcançou níveis tão altos. Pelo menos, a impunidade começa a ser
atingida e denunciada. Indaga-se a respeito de sua extensão. Muitos vão saltar
de banda. Mesmo assim, parte dos corruptos vem sendo arcabuzada, evidência de
que o Brasil progride.
Não
haverá, portanto, que desistir. Preferível parece imaginar o dia seguinte melhor
do que a véspera.
Por:
Carlos Chagas
Domingo,
29 de maio, 2016
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