O
presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Mauro
Menezes, afirmou quarta-feira, 15, que foram concedidos mais 13 pedidos de
quarentena, a partir de uma reunião extraordinária feita no último dia 13,
incluindo a autorização para o benefício aos ex-ministros Nelson Barbosa
(Fazenda) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), Eleonora Menicucci
(Secretaria das Mulheres) e para a ex-presidente da Caixa, Miriam Belchior.
Também foi concedida a quarentena ao ex-assessor especial da presidente
afastada Dilma Rousseff, Giles Azevedo.
De
acordo com Menezes, desde o dia 1º de maio, a Comissão recebeu 151 pedidos de
quarentena e, até agora, 41 deles já foram autorizados. Foram negados 51
pedidos e ainda faltam 57 para serem analisados. Em dois casos - o da
ex-ministra Kátia Abreu e do ex-ministro Eugênio Aragão - houve pedidos de
vista. A quarentena prevê remuneração integral por um prazo de seis meses.
Em
relação ao caso de Giles, Menezes afirmou que, com a quarentena, ele não poderá
mais trabalhar "formal ou informalmente" para a presidente afastada.
Ele ponderou que o ex-assessor especial não está suspenso de atividades
políticas, já que isso é um direito de "qualquer cidadão". "Quem
está em quarentena não deixa de ser cidadão", afirmou. "Quem está em
quarentena não pode trabalhar formal ou informalmente, agora isso não impede
que ele seja convidado para o Palácio, que ele politicamente compareça a um
evento para se expressar como cidadão", disse.
Nesta
semana, Giles pediu a revogação de uma nomeação da Casa Civil que o alocou no
cargo assessor especial da Subchefia de Análise e Acompanhamento de Políticas
Governamentais. Giles, que vem assessorando Dilma Rousseff desde quando ela era
ministra de Minas e Energia, estava no cargo de secretário executivo do
Gabinete Pessoal da presidente afastada, desde maio.
De
acordo com Menezes, "tendo em vista a relevância das atividades que ele
(Giles) tinha, é inegável que ele entraria em conflito de interesse se fosse
atuar na iniciativa privada". Segundo o presidente da Comissão de Ética,
ao solicitar a quarentena, Giles demonstrou interesse em atuar na iniciativa
privada.
Tombini
Menezes
afirmou ainda que a comissão já recebeu o pedido para avaliar o caso do
ex-presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, para que seja feita a
avaliação se não há conflito de interesses para que o ex-mandatário da
autoridade monetária assuma o cargo de representante do Brasil no Fundo
Monetário Internacional (FMI), em Washington.
"Já
foi designado o relator, o conselheiro Marcelo Figueiredo já está examinando o
caso com urgência no sentido de verificar se há ou não conflito de
interesse", disse. Menezes, entretanto, não deu um prazo para que seja
dada a resposta a Tombini, mas destacou que a comissão reconhece a importância
de dar celeridade ao caso.
(Com Estadão Conteúdo)
Quarta-feira,
15 de junho, 2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário