No interior, na periferia e no
centro das cidades, a violência multiplica-se em progressão geométrica. Os
meios para combatê-la sequer crescem em progressão aritmética. Importa menos se
as polícias estão desaparelhadas ou se o desemprego crescente aumentou o número
de marginais. A verdade é que o cidadão comum asila-se cada vez mais na própria
casa. Quando dispõe de uma casa, é claro.
Dos 12 milhões de desempregados
que as estatísticas indicam, mas na verdade atingem o dobro, quantos podem
manter o sentimento de que vão mudar de vida? Esse é o principal obstáculo para
o país recuperar-se. A esperança parece cada vez mais remota.
Por conta disso a violência
progride. Prevendo que permanecerá sem trabalho, pressionado pelas necessidades
primárias da família, indignado em apelar para a caridade pública, quantos
resistem em tomar pela força o que lhes é negado pela falta de trabalho?
Trata-se de um estímulo, além de parecer mais cômodo, exigindo menos esforço
apesar de maior risco.
Entra em campo o sistema de
contrapesos. As autoridades encarregadas de manter a ordem sentem-se diminuídas
e impotentes. Também apelam para a violência.
O resultado é o aumento da
insegurança. Com a multiplicação dos assaltos, roubos, sequestros, estupros e
assassinatos, chega-se ao crime organizado. Bandos transformam-se em
quadrilhas. Do outro lado, a reação é atirar primeiro para perguntar depois.
Acresce que a moda pega.
Violência chama violência. Tudo em função do desemprego crescente, causa
primeira da situação em que vivemos.
Por: Carlos Chagas
Sexta-feira, 24 de junho, 2016
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