Conforme
o delator Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, hoje em prisão
domiciliar em sua residência de Fortaleza, dezesseis empreiteiras desviaram
109,49 milhões de reais para 23 políticos de oito partidos. Só o PMDB recebeu
109 milhões, sendo que para o senador Renan Calheiros foram 32 milhões, em
espécie ou como doações eleitorais. Surpreende, também, o total de 1,5 milhão
repassado para o então vice-presidente da República, Michel Temer, quantia
desviada a título de ajuda ao candidato derrotado à vice-prefeitura de São
Paulo, Gabriel Chalita. A lista apenas envolvendo a Transpetro e sua quadrilha
cita José Sarney, Romero Jucá, Aécio Neves, Edison Lobão, Candido Vacarezza,
Jader Barbalho, Jorge Bittar, Luis Sérgio, Valdir Raupp, Edison Santos,
Henrique Eduardo Alves, Garibaldi Alves, Ideli Salvatti, Walter Alves,
Heráclito Fortes, Felipe Maia, Jandira Feghali, Agripino Maia, Francisco
Dornelles e muitos outros.
Pode
ser que alguns tenham servido apenas para repassar milhões a candidatos dos
respectivos partidos, mas fica difícil encontrar quem não se tenha beneficiado
pessoalmente. Politicamente, claro que todos.
O
delator também relacionou os nomes das empresas pagadoras e dos partidos
beneficiados. Vale apenas referir que o total dos repasses surripiados de uma
única estatal decorreu do superfaturamento de contratos celebrados entre a
Transpetro e as empreiteiras. Multiplique-se a operação pelas centenas de outras
empreiteiras e partidos e se terá a soma de quanto perderam os cofres públicos
através de uma só fonte pagadora. Imagine-se as outras. Bem como quantos
políticos, empresários e funcionários públicos tiveram seus rendimentos, contas
bancárias e sucedâneos aumentados. Sem falar nos desvios verificados através de
estabelecimentos situados no estrangeiro.
Jamais
se roubou tanto, apesar do artifício de que tudo se destinou a auxiliar uns
tantos candidatos em períodos eleitorais.
Fazer
o quê? Quem quiser que responda, pois cancelar eleições será loucura, como
prender todo mundo, também. Da mesma forma, proibir gastos públicos e privados,
que ninguém controla. Impedir as reeleições apenas estenderia a corrupção para
novas gerações. Em suma, melhor ignorar as eleições. Só que não adianta...
Por:
Carlos Chagas
Sexta-feira,
17 de junho, 2016
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