Carolina Gonçalves =*=
Policiais federais pediram na manhã de (9/12), na capital
federal, mudanças nos processos de investigações criminais e o fim do inquérito
policial. Para simbolizar a reivindicação, eles usaram um balão inflável no
formato de um elefante branco, de quase 3 metros de altura, onde está escrita a
expressão “inquérito policial”.
“No mundo todo, somos o único país que trata a questão
criminal com esse instrumento. Será que somos os únicos certos ou será que
estamos ultrapassados? Isso tem que acabar. Polícia tem que investigar, relatar
e passar os fatos para o Ministério Público. Polícia não tem que julgar”,
defendeu o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal
(Sinpol/DF), Jonas Leal.
Durante todo o dia (9/12), um grupo de agentes ficou em
frente à Torre de TV, uma das principais atrações turísticas da cidade, para
iniciar a campanha na capital federal. Nos próximos dias, os moradores de
Brasília poderão se deparar com o balão, que será instalado em diferentes
locais da cidade. O elefante branco já passou pelas capitais São Paulo, Rio de
Janeiro e Belo Horizonte.
Agentes federais relataram que o inquérito tem sido usado em
ações corruptas. Segundo eles, o processo facilita o objetivo de pessoas que
têm interesse em retardar o julgamento de crimes ou ainda esconder as
investigações. “As consequências do inquérito são sempre a impunidade e
corrupção”, disse Leal.
O presidente do Sinpol/DF acrescenta que o procedimento
representa pouca qualidade na apuração dos fatos. Ele lembra que, durante o
inquérito, não existe direito de defesa das partes acusadas. “É só
inquisitório, só pergunta. O acusado só pode apresentar a defesa quando chega à
Justiça”, disse o policial, destacando que, até o caso chegar aos tribunais, o
acusado pode ficar preso por dias sem que exista comprovação de seu
envolvimento no crime.
“Não seria mais prático fazer o relatório e entregar para o
Ministério Público que avalia e manda para o Judiciário? Teria mais celeridade.
Nos Estados Unidos, as coisas chegam a ser julgadas no mesmo dia. Aqui, você
chega às delegacias e tem pilhas de inquéritos acumuladas ao longo de meses”,
criticou Leal.
Segunda-feira 10 de dezembro
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