O Estado
de S. Paulo =
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel,
afirmou segunda-feira, 3, que vai pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que
decrete a imediata perda dos mandatos dos políticos condenados no processo do
mensalão. Após os ministros concluírem a análise do processo, ele pedirá a
execução imediata das condenações dos mensaleiros, decretando prisões e perdas
de mandato.
Se a Corte optar por esperar o julgamento de
eventuais recursos para somente depois tomar as medidas restritivas, Gurgel
acredita que os condenados somente serão de fato punidos em 2014 ou até depois
disso.
"Há umas estimativas feitas pela imprensa de que (a execução)
seria alguma coisa no final do primeiro semestre de 2013. Eu diria que vocês
estão sendo otimistas. Se não tiver prisão imediata como requerida pelo
Ministério Público, o meu horizonte para cumprimento dessa decisão é bem mais
longo, talvez 2014, ou bem depois, porque o nosso sistema processual prevê
esses recursos e temos um grande numero de réus que poderão interpor recursos
ao longo de muito tempo", afirmou o procurador em entrevista a
jornalistas.
Para Gurgel, quando a decisão for executada, será
um marco na história da Justiça brasileira. "Pela primeira vez de uma
forma tão ampla se estabelece que ninguém neste País está a salvo da ação das
instituições que compõem o sistema de justiça e que quando desvios acontecem,
crimes são cometidos, essas pessoas são responsabilizadas inclusive penalmente
e devem sofrer, como qualquer criminoso, as consequências dessa decisão
condenatória com o cumprimento inclusive da pena de prisão", disse.
Indagado se a jurisprudência do STF não garante aos
réus do mensalão o direito de recorrer antes da execução das condenações,
Gurgel disse que não. Ele afirmou que os eventuais recursos não terão efeito
modificativo. "A jurisprudência do STF é firme no sentido de que não cabe
execução provisória da condenação.
No caso, o que a Procuradoria Geral da República
sustenta é que diante da circunstância de se tratar de decisão plenária do STF,
a hipótese é de execução definitiva. E a respeito disso não há posicionamento
contrário do STF", afirmou. Mesmo com o final do julgamento do mensalão,
Gurgel acredita que ocorrerão tentativas de desmoralizar o STF e o Ministério
Público.
Terça-feira 4 de dezembro
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