Iolando Lourenço
O PT não pretende adotar medidas para punir seus filiados que foram condenados pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) na Ação Penal 470, o processo do mensalão. A declaração
foi feita hoje (8) pelo presidente da legenda, Rui Falcão, após o encerramento
de reunião do diretório nacional, em Brasília.
Segundo Falcão, os petistas condenados pelo Supremo
seguem suas vida normalmente, com todos os todos os direitos partidários
assegurados. “Nós não vemos nenhum crime infamante, que é o que diz o estatuto
[para uma punição]. E questionamos o caráter político do julgamento do STF,
porque consideramos que não houve compra de votos nem tampouco a aplicação de
recursos públicos”, informou.
Na linha de defesa dos petistas condenados e
criticando as multas impostas pelo STF, o presidente do partido disse que está
disposto pessoalmente a colaborar com o pagamento das multas. Segundo ele, o PT
não irá bancar o pagamento das multas dos seus militantes, mas disse que já
ouviu inúmeras manifestações de petistas dispostos a se cotizarem para os
pagamentos.
“O PT não [vai pagar as multas]. Eu já ouvi
manifestação de inúmeros companheiros que estão dispostos a se cotizar, até
porque os companheiros não têm recursos para pagar essas multas,
totalmente desproporcionais aos crimes que lhes são imputados”, disse. “Se
houver manutenção das multas e a cotização e, se me pedirem uma participação,
dentro dos meus meios eu vou contribuir”, acrescentou.
Em relação à perda de mandato dos deputados condenados pelo STF, o petista entende que cabe à Câmara o julgamento sobre a decretação da perda de mandatos.
Já na questão da possível posse do ex-presidente do
PT, José Genoíno, como deputado federal no início de janeiro próximo, Rui
Falcão alegou que a Constituição garante o direito do correligionário ser
empossado e que “ninguém está questionando esse direito”.
Sobre a proposta do ex-ministro José Dirceu, um dos
filiados que foram condenados pelo STF, de que o partido fizesse campanha
contra o julgamento do mensalão, Rui Falcão disse que o próprio proponente
retirou o pedido, “ante as manifestações de que o PT já vinha fazendo na defesa
dos companheiros e que já havia divulgado nota dando seu posicionamento em
relação ao julgamento da Ação Penal 470”.
Os integrantes do Diretório Nacional do PT
aprovaram neste sábado a realização do 5º Congresso Nacional, marcado para
fevereiro de 2014, com pauta que inclui realização de debate programático sobre
os rumos do PT, um balanço dos dez anos de governo petista e também sobre o
processo de eleição direta no partido para escolha dos dirigentes.
Também, nos dois de reunião, o diretório nacional
deliberou sobre o apoio à política do governo federal de redução da tarifa de
energia elétrica e à aprovação da Lei de Meios pelo governo da Argentina. Foi
feito, ainda, um balanço do pleito eleitoral municipal deste ano. Segundo Rui
Falcão, o encontro não tratou da Operação Porto Seguro da Polícia Federal.
Sábado 8 de dezembro
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