Voltam-se
as atenções para terça-feira, (10/6). O PMDB realizará convenção para
decidir se continua aliado ao PT, formalizando a indicação de Michel Temer para
vice de Dilma Rousseff. A presidente estará presente com o Lula a tiracolo,
numa demonstração de que as cúpulas se entendem. Nas bases, nem tanto. Os dois
partidos ainda batem de frente na escolha de candidatos a governador em pelo
menos quinze estados. Na hipótese de desentendimento na maioria deles, cada um
apresentará seu indicado, complicando-se o quadro quando forem buscar aliados
em outras legendas. Nessa hora, ou até antes, diretórios estaduais do PMDB
aceitarão aderir a candidatos presidenciais que não Dilma, em troca do apoio do
PSDB ou do PSB a seus candidatos a governador.
Assim
vai-se definindo a dissidência peemedebista, que daqui a dois dias mostrará a
unhas. Dos 740 votos dos convencionais, menos de 100 votarão contra a
aliança com o PT, ou seja, contra Dilma e até contra Michel Temer. As
seções onde há mais dissidentes são Pernambuco, Rio
Grande do Sul e Rio de Janeiro. Entre os fluminenses, já houve até
festa para publicamente apoiarem Aécio Neves.
O
ex-presidente Lula dedica-se, neste fim de semana, a convencer possíveis
dissidentes a permanecerem fiéis ao acordo com o PT. Tem telefonado para muitos
e exaltado a aliança.
No
fundo, não apenas a questão das sucessões estaduais atrapalha a unanimidade do
PMDB. Muitos de seus parlamentares queixam-se do tratamento
recebido de Dilma Rousseff. Gostariam não apenas de mais ministérios, apesar de
possuírem cinco. Ressentem-se de atenções e de considerações. Além, é
claro, de mais nomeações para o segundo escalão do governo.
UM
PRESIDENTE EXPLODE, MAS NÃO CORRE.
Vai
um episódio do passado que talvez possa servir de exemplo para a presidente
Dilma.
Costa
e Silva era presidente da República, o avião presidencial era um BAC-One
Eleven, pilotado por um de seus ajudantes de ordem. Preparavam-se para
aterrissar no aeroporto Santos Dumont quando um vento de cauda fez das suas e
levou o trem de pouso a raspar nas pedras da cabeceira da pista.
Nada que o competente major Ariel não contornasse, mas quando os motores
foram desligados, o chefe do serviço de Segurança, major Hilton Vale,
apressou-se a pedir que a comitiva abandonasse rápido a aeronave, até
correndo. Como se Costa e Silva mantivesse o passo normal, o
militar ousou aconselhar: “presidente, vamos correr. O avião pode
explodir!”
Resposta
do velho marechal: “Um presidente explode mas não corre.”
Diante
da continuada queda em seus índices de preferência nas pesquisas, há entre os
auxiliares de Dilma quem a aconselhe a redobrar o ímpeto de viagens e
pronunciamentos pelo país, para evitar a explosão de sua candidatura à
reeleição. Bem que ela poderia retrucar que uma presidente e candidata
pode explodir, mas correr, jamais…
Por: Carlos Chagas
Segunda-feira, 9 de junho, 2014.
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