Ato oficializou o senador mineiro
Aécio Neves como candidato do partido à Presidência
O Partido dos Trabalhadores foi
um dos principais personagens da convenção nacional que referendou, sábado (14/6),
o senador mineiro Aécio Neves como candidato do PSDB à Presidência da
República. O evento reuniu militantes de todo o Brasil em um centro de
convenções da zona norte de São Paulo. Dos 451 delegados de partido aptos a
votar, 447 aprovaram a candidatura do senador, contra três votos brancos e um
nulo.
O partido da principal rival de
Aécio no pleito de outubro, a presidente Dilma Rousseff, foi o alvo preferido
das críticas de tucanos e aliados - entre os quais, o presidente do Democratas,
senador José Agripino Maia (RN), que chamou Aécio de “candidato jeitosão”.
Além das críticas ao modelo de
governo do PT, a convenção exaltou líderes - tucanos ou não - das últimas
décadas, dentre os quais os ex-presidentes Juscelino Kubitschek, Tancredo Neves
(avô de Aécio) e Fernando Henrique Cardoso, além dos ex-governadores paulistas
Franco Montoro e Mário Covas. FHC ganhou papel de destaque nos discursos ao ser
lembrado como autor do Plano Real, responsável pela estabilidade econômica do
país, além de programas de transferência de renda, que, segundo os tucanos,
foram herdados pelos petistas.
“Vimos com FHC um governo com
princípios, sem escamoteações. Agora, estamos vendo a máscara do PT cair,
porque ele desrespeita as pessoas, as leis, o povo”, afirmou o governador de
Alagoas Teotônio Vilela Filho. “Não é possível olhar esse país e ver que
tristeza e desesperança ocupam os corações de norte a sul. Mais que uma crise
política, vivemos uma crise de representatividade; uma encruzilhada
civilizatória absolutamente necessária”, concluiu.
O ex-governador José Serra, um
dos cotados para a vaga de candidato agora ocupada pelo colega mineiro,
destacou a “inflação aumentada e a economia estagnada da era petista”.
“Hoje, 45% dos brasileiros
consideram saúde o principal problema do país. Ela foi transformada em uma peça
publicitária”, definiu Serra, para quem o governo Dilma possui “uma
incompetência convicta com muito talento”. “O partido no poder usa o patrimônio
público a seu benefício, como nunca antes da história do Brasil contemporâneo”,
disse, para avaliar: “O que os brasileiros mais desejam hoje é se ver livres do
governo do PT, que, neste momento, é a vanguarda do atraso no Brasil. ”
Já FHC, que garantiu haver
aliança dentro do partido, a candidatura de Aécio é uma forma de o País se
livrar do que classificou como “corruptos, ladrões, farsantes”. “O povo se
cansou de comiseração”, definiu o ex-presidente, para quem o senador “é preciso
um líder jovem que se dedique de corpo e alma”.
Aécio fez menções ao avô,
Tancredo - entre as quais, um poema de Ferreira Gullar quando da morte do então
presidente -, enalteceu as realizações das gestões tucanas na Presidência e não
poupou munição aos governos do PT.
“Quem foi contra o Plano Real é
quem hoje permite a volta da inflação; quem foi contra a Lei de
Responsabilidade Fiscal é quem hoje assina a maldita contabilidade criativa;
quem se negou a apoiar a união nacional defendida por Tancredo e Itamar, em
dois momentos importantíssimos da vida nacional, são os mesmos que se esforçam
hoje em dividir o Brasil de forma perversa entre nós e eles”, reclamou. “Nos
últimos anos, com velocidade surpreendente, o legado bendito que a gestão do
PSDB deixou para o país está se esvaindo, se esgotando; a inflação é uma
realidade que assalta a mesa dos mais pobres”.
Para o tucano, os brasileiros
“acreditaram na propaganda de quem dizia defender a ética e elegeram um governo
que foi protagonista dos maiores escândalos de corrupção da nossa história.
Acreditaram na propaganda de quem dizia defender o patrimônio público. E
elegeram um governo que em poucos anos vem aniquilando o valioso patrimônio
construído por gerações de brasileiros”, completou. “O Brasil não aceita mais o
Estado cooptado e aparelhado”.
O governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin, afirmou que o nome do vice deve sair em duas semanas. Entre os
cotados estão o presidente nacional do DEM, o senador Aloísio Nunes Ferreira
(PSDB-SP), e a deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP). (G1)
Sábado, 14 de junho, 2014.
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