O Partido Trabalhista Brasileiro
(PTB) confirmou neste sábado o rompimento com Dilma Rousseff e o apoio ao
senador Aécio Neves (PSDB-MG) na disputa pela Presidência da República em 2014.
Na noite de sexta-feira, Benito Gama, presidente da legenda, já havia sinalizado
que o divórcio poderia acontecer em breve. O PTB daria a Dilma cerca de 1
minuto e 15 segundos na propaganda eleitoral de TV – tempo que agora vai para a
candidatura tucana.
"Hoje, mais uma vez
sintonizado com o desejo de mudanças que vem sendo expressado pela ampla
maioria do povo brasileiro, o PTB declara seu apoio ao senador Aécio Neves para
as eleições presidenciais desse ano. Temos convicção de que Aécio reúne as
condições para a retomada do crescimento econômico, seja na garantia da manutenção
das conquistas sociais hoje incorporadas à vida nacional", diz nota
oficial do partido.
O anúncio do rompimento aconteceu
no início da tarde de sábado, em Salvador — simultaneamente à convenção que, em
Brasília, lançava a presidente Dilma à corrida pela reeleição. Reforça-se,
assim, o prognóstico de que eleição de 2014 será a mais dura para o PT desde o
pleito de 2002, que levou o partido ao Planalto.
Foi esse prognóstico que motivou
as lideranças petebistas a promover o desembarque da aliança com o PT. "A
Dilma de 2014 não é a Dilma que Lula construiu em 2010", disse ao site de
VEJA um cacique petebista.
A nota oficial do PTB atribui
sobretudo a questões regionais a saída da base de apoio ao governo: "Essa
decisão atende o clamor da maioria da bancada federal e de estados, onde os
conflitos locais entre PTB e PT ficaram insustentáveis, como, por exemplo,
Distrito Federal, Roraima, Piauí e Rio de Janeiro."
Repercussão no PT — Abordado no
evento de lançamento da candidatura de Dilma Rousseff à reeleição o
ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência Gilberto Carvalho procurou
demonstrar tranquilidade ao comentar as notícias sobre o PTB. "Só temos
que lamentar, porque é um partido que esteve conosco durante muito tempo. Mas
temos certeza de que, junto com os partidos que continuam conosco, teremos
força suficiente para vencer essa eleição."
O deputado federal Vicentinho,
líder do PT na Câmara, foi na mesma toada. "É muito ruim para nós",
disse. "Nós convivemos todo esse período na bancada. A gente caminhou
juntos ao longo desses anos. Nós lamentamos, mas a gente acredita na capacidade
de explicar para o eleitor qual é a diferença entre os governos do passado e os
governos do Lula e da Dilma"
Solidariedade — Também neste
sábado, Aécio Neves participou da Convenção Nacional do Solidariedade, em São
Paulo, para sacramentar o apoio do partido à sua candidatura. "O
Solidariedade não apenas participa da nossa aliança, mas participa daquilo que
será fundamental para os brasileiros, que é a formulação do nosso programa de
governo", disse o candidato durante o evento, ao qual foi acompanhado por
Geraldo Alckmin e o ex-governador José Serra, entre outros tucanos e aliados.
Aécio disse que ainda não decidiu
quem será seu vice. "Estou muito feliz porque temos nomes muitos
qualificados, de vários partidos. No dia 30 vamos escolher o que seja melhor
para vencer as eleições."
Laryssa Borges e Gabriel Castro, de Brasília
Sábado, 21 de junho, 2014.
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