Ministro acusa Pacheco de desacato e injúria
O ministro Joaquim Barbosa,
presidente do Supremo Tribunal Federal e relator da ação penal do mensalão,
entrou com representação, na Procuradoria da República no Distrito Federal,
contra o advogado Luiz Fernando Pacheco, um dos patronos do ex-deputado federal
José Genoíno, por desacato, injúria e difamação. Pacheco foi retirado à força
da tribuna do plenário do tribunal, aos gritos, por seguranças, na sessão da
última quarta-feira, depois de um bate-boca sem precedente com Barbosa, ao
insistir que fosse apregoado naquela sessão o julgamento mais um recurso do
ex-deputado, condenado a 4 anos e 8 meses de prisão (regime semiaberto), que
não conseguiu ainda voltar a cumprir a pena em casa, tendo em vista o seu
estado de saúde.
Ao fim da última sessão do
Conselho Nacional de Justiça por ele presidida, nesta segunda-feira, por volta
das 19 horas, cercado por repórteres, ele assim respondeu à pergunta sobre os
assuntos mais importantes que nela tinham sido tratados: "Balanço da
última sessão? Houve um monte de coisas, só que vocês não noticiam; só noticiam
coisa ruim".
Indagado sobre o censo do
Judiciário, divulgado pelo CNJ pela manhã, e se o baixíssimo percentual de
magistrados negros poderia levar a uma discussão sobre cotas, limitou-se a
dizer: "Não sei. Estou de saída. Es ist mir ganz egal (mais ou menos "não
estou nem aí", em alemão).
Quanto às acusações de que sua
gestão teria sido "ditatorial", também foi lacônico: "É? Cada um
diz o que bem entende. Eu fico com os fatos, as imagens, e a minha resposta
virá em breve".
E a resposta veio no início da
noite, quando se soube que o ministro que se aposenta até o fim do mês entrou
com uma representação no MPF-DF contra o advogado Luiz Fernando Pacheco.
Jornal do Brasil - Luiz Orlando Carneiro
Segunda-feira 16 de junho, 2014
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