A
consultoria norte-americana de risco político Eurasia acredita que o governo
vai aprovar uma reforma da previdência "robusta", apesar do governo
ter autorizado flexibilizar cinco pontos do texto original. Em relatório
divulgado nesta sexta-feira, 7, os analistas mantém a probabilidade de 70% para
a aprovação do texto com ao menos 50% do conteúdo original.
A
Eurasia avalia que as concessões que o governo sinalizou ontem que fará já eram
esperadas e fazem parte do jogo. Além disso, terão impacto fiscal
"modesto". O relatório da consultoria ressalta que a resistência à
reforma persiste no Congresso e menciona o Placar da Previdência realizado pelo
Grupo Estado, que começou a ser divulgado na quarta-feira. O levantamento
mostra que a maioria dos deputados é contra a reforma.
"O
governo ainda não tem a maioria dos votos para aprovar a reforma, mas
claramente tem feito progresso nas últimas duas semanas para conseguir uma
maioria", afirma o relatório da Eurasia, assinado pelos analistas
especializados em Brasil, Christopher Garman, João Augusto de Castro Neves,
Filipe Gruppelli Carvalho e Djania Savoldi.
O
resultado do placar da previdência parece "assustador", ressalta a
Eurasia, mas o levantamento pode sinalizar que os parlamentares não querem
ainda publicamente se mostrar a favor de uma reforma impopular. A avaliação dos
analistas é que o governo tem feito um esforço com cada partido para explicar a
reforma e o custo econômico que teria da não aprovação do texto, mais um ponto
para a Eurasia manter a probabilidade de aprovação da reforma em 70%.
A
reforma "ambiciosa" proposta pelo governo foi desenhada já com alguma
gordura para cortar, destacam os analistas. Por isso, era esperado que o
governo recuasse em alguns pontos. Em Brasília, a Eurasia consultou líderes de
vários partidos nos últimos dois dias e notou que há resistência ao projeto,
mas os parlamentares sinalizaram que está sendo construído um caminho para a
aprovação. Por isso, a probabilidade de não aprovação da reforma atribuída pela
Eurasia é de apenas 10%.
"Os
líderes dos partidos têm feito progresso nas últimas duas semanas em
identificar os pontos de pressão em cada partido contra a reforma proposta pelo
governo", afirmam os analistas, destacando que as concessões pelo Planalto
sinalizadas ontem mostram a estratégia de flexibilizar em alguns pontos que são
importantes para os parlamentares, mas de pouco impacto fiscal. (AE)
Sábado,
8 de Abril de 2017 ás 10hs45
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