O
governo federal lançou na terça-feira (1º/10) um plano para impulsionar o
desenvolvimento rural na região Nordeste. Batizado de Agro Nordeste, o programa
pode ser implementado ainda este ano ou até o fim do ano que vem em 12
territórios da região que contemplam os nove estados nordestinos mais o norte
de Minas Gerais. Ao todo, deve atender a uma população rural de 1,7 milhão de
pessoas.
Segundo
o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Agro Nordeste é
voltado para pequenos e médios produtores que já comercializam parte da
produção, mas ainda encontram dificuldades para expandir o negócio e gerar mais
renda e emprego na região onde vivem. Entre os objetivos do plano estão a
aumentar a cobertura da assistência técnica, ampliar o acesso e diversificar
mercados, além de promover e fortalecer a organização dos produtores, garantir
segurança hídrica e desenvolver produtos com qualidade e valor agregado.
“Nós
vamos poder com esse programa do Agro Nordeste diminuir as diferenças regionais
que nós temos hoje entre a agricultura do Centro-Oeste, do Sudeste, do Sul e do
Norte do nosso país. O Nordeste que hoje produz muito mais, e é incrível esse
dado - o Nordeste hoje produz mais que o Sudeste e o Centro-Oeste, em conjunto
- vai produzir cada vez melhor, com tecnologia e com apoio para o pequeno, que
precisa de políticas públicas e elas virão”, afirmou a ministra da Agricultura,
Tereza Cristina, durante a solenidade de lançamento do programa no Palácio do
Planalto.
O
plano se junta a outras ações já executadas pelo Ministério da Agricultura na
região, como Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), regularização fundiária,
Selo Arte, promoção da irrigação, indicação geográfica, equivalência de
sistemas de inspeção de produtos de origem animal (Sisbi) e combate a doenças e
pragas (febre aftosa, peste suína e mosca das frutas).
Parcerias
O
Agro Nordeste será desenvolvido em parceria com órgãos vinculados à pasta e
instituições como Confederação Nacional da Agricultura (CNA), o Serviço
Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro
e Pequenas Empresas (Sebrae), a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB),
a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Banco do Nordeste (BNB) e o
Banco do Brasil.
Segundo
o presidente da CNA, João Martins, o plano supre uma lacuna histórica para o
Nordeste. Ele criticou programas de assistência social e ressaltou a
necessidade de desenvolver a região.
“Nos
últimos 30 anos, não houve um programa consistente para a região, com o
objetivo de pelo menos melhorar a economia nordestina, elevando-a da lastimável
situação dos 13% do PIB brasileiro. Na região, programas sociais como o Bolsa
Família são fatores que vêm comprometendo a dignidade nordestina, levando à
submissão político-partidária. A mudança desse cenário só se fará com políticas
públicas diferenciadas.
Aumento
de renda
Os
12 territórios abrangem um total de 410 mil estabelecimentos rurais. Foram
identificadas cadeias produtivas com potencial de crescimento, entre elas
arroz, leite, mel, frutas, ovinos, crustáceos, caprinos, mandioca, feijão,
tomate, cebola e cachaça. A meta do programa é incrementar a renda dos
produtores entre 20% e 50% no médio prazo. Cada território terá pelo menos um
município-polo, que será definido em função do melhor local para execução do
projeto. No polo será implantado o Escritório Local de Operações (ELO), que
reunirá representantes do Ministério da Agricultura e das entidades parceiras
na execução do Agro Nordeste.
Os
12 territórios da etapa 2019/2020 são: Médio Mearim (MA), Alto Médio Canindé
(PI), Sertões do Crateús e Inhamuns (CE), Vale do Jaguaribe (CE), Vale do Açu
(RN), Cariri Paraíba (PB) e Moxotó (PE), Araripina (PE), Batalha (AL), sergipana
do São Francisco (SE), Irecê e Jacobina (BA), Januária (MG) e Salinas (MG).
(ABr)
Quarta-feira,
02 de outubro ás 00:05
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