A Secretaria de Direitos Humanos
enviou sábado (6/4) uma força-tarefa para investigar o assassinato de moradores
de rua em Goiânia. Na madrugada de hoje, um garoto de 11 anos e um adulto foram
mortos a pauladas, elevando para 26 o número de casos registrados desde agosto
do ano passado na região metropolitana da cidade.
De acordo com o secretário
nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Gabriel Rocha, os números
mostram uma onda de homicídios de moradores de rua na capital goiana. “Há uma
política de extermínio em curso”, disse em entrevista à Agência Brasil. Segundo
ele, depoimentos recolhidos por entidades locais de apoio aos moradores de rua
indicam a suspeita de participação de agentes públicos em pelo menos parte dos
assassinatos.
Encabeçada por Gabriel Rocha, a
missão também é composta por sete coordenadores federais, entre os quais
representantes da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, da Coordenação-Geral
dos Centros de Referência em Direitos Humanos e do Comitê Intersetorial da
Política da População em Situação de Rua. A força-tarefa avalia se permanece na
cidade só hoje ou se fica até a próxima terça-feira (6), quando a Câmara
Municipal promoverá uma audiência pública sobre os homicídios.
“Existem notícias de várias
testemunhas que põem sob suspeita o envolvimento de agentes públicos nos
assassinatos. Isso nos preocupa bastante”, destacou. Segundo Rocha, das 26
mortes apuradas, 25 ocorreram em Goiânia. Uma foi registrada em Aparecida de
Goiânia, cidade ao sul da capital do estado.
Citando dados da Secretaria
Municipal de Assistência Social de Goiânia, Rocha informou que existem 900
moradores de rua na cidade, dos quais a maioria vem do interior do estado em
busca de tratamento de saúde ou para fugir de situações de violência familiar.
Segundo ele, as drogas podem não ser o motivo principal dos assassinatos. “De
acordo com a prefeitura, somente 30% dos moradores de rua têm envolvimento com
entorpecentes. Essas estatísticas são importantes para direcionar as políticas
para essa parcela da população.”
Hoje, a missão pretende ouvir
moradores de rua que testemunharam assassinatos e se reunir com representantes
do Ministério Público e da Polícia Civil de Goiás para pedir a apuração
imediata dos casos. Também estão previstos encontros com representantes da
prefeitura, do governo do estado e com entidades sociais como pastorais de rua
e o Centro de Referência em Direitos Humanos da cidade, operado em parceria com
padres jesuítas.
Fonte: EBC
Sábado 6 de abril
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