Ao
menos seis governadores eleitos em outubro são alvo do Ministério Público
Eleitoral em pedidos de cassação de seus mandatos por suspeitas de terem
cometido irregularidades. As ações dos procuradores apresentadas à Justiça
envolvem Fernando Pimentel (PT), em Minas Gerais; Camilo Santana (PT), no
Ceará; Wellington Dias (PT), no Piauí; Simão Jatene (PSDB), no Pará; Ricardo
Coutinho (PSB), na Paraíba, e Waldez Góes (PDT), no Amapá.
Todos
os pedidos atingem ainda os vice-governadores eleitos.
Em
Minas Gerais, o procurador regional eleitoral Patrick Salgado acusa a campanha
encabeçada por Pimentel de ter sido “ilicitamente impulsionada por inaceitável
abuso de poder econômico”. Salgado baseou-se em decisão do próprio Tribunal
Regional Eleitoral do Estado, que reprovou as contas de Pimentel e seu vice,
Antônio Andrade (PMDB), por considerar que os gastos com a campanha
extrapolaram R$ 10,1 milhões o limite de despesas de R$ 42 milhões previsto
inicialmente.
Na
ação dos promotores cearenses, Camilo Santana (PT) é acusado de utilizar
irregularmente recursos públicos do Fundo de Combate à Pobreza para a
construção de banheiros quando era secretário no segundo governo de Cid Gomes
(PROS). O procurador Rômulo Conrado questiona também recursos de convênios
estaduais repassados a municípios.
No
Pará, o governador reeleito Simão Jatene (PSDB) e seu vice, Zequinha Marinho
(PSC), têm três pedidos de cassação de mandato. Eles respondem por gastos
excessivos com a Secretaria de Comunicação da atual gestão, por demissões no
Hospital Ophir Loyola em período vedado por lei e por irregularidades no Cheque
Moradia. A ação da Procuradoria Regional Eleitoral afirma que os candidatos
exerceram influência nas eleições com entrega do benefício em troca de votos.
O
Ministério Público Eleitoral do Piauí entrou com 10 ações, dentre elas a que pede
a cassação do mandato do governador eleito, Wellington Dias (PT), e da vice,
Margarete Coelho (PP). De acordo com o procurador regional eleitoral Kelston
Lages, a ação descreve abuso de poder econômico e compra de votos. Em setembro
deste ano, Polícia Rodoviária Federal em Barreiras, na Bahia, apreendeu R$ 180
mil em espécie sob os cuidados de um dos assessores de Dias.
Na
Paraíba, o governador reeleito Ricardo Coutinho (PSB) foi notificado por nove
ações de investigação judicial eleitoral na Justiça Eleitoral. Em uma delas, o
procurador Rodolfo Alves, que também pediu a cassação da vice Lígia Feliciano
(PDT), propõe que a servidora Francisca de Lucena Henriques teria “conclamado
prestadores de serviços a apoiarem a reeleição para garantir manutenção de empregos”,
além de citar irregularidades em distribuição de kit escolar no Estado.
No
Amapá , uma das ações movidas pela Procuradoria Regional Eleitoral contra o
governador eleito Waldez Góes (PDT) é por uso indevido dos meios de comunicação
durante a campanha eleitoral. O grupo Beija-Flor de rádio e televisão,
pertencente à família do ex-senador Gilvan Borges (PMDB), teria direcionado,
segundo o texto, a programação de suas 16 emissoras de rádio e duas de
televisão a favor do candidato com manifestações explícitas de apoio.
As
ações de investigação judicial eleitoral podem resultar na cassação do registro
ou diploma e na inelegibilidade dos candidatos eleitos. (AE)
Terça-feira,
30 de dezembro, 2014.
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