Nomes
de peso e tradição na Câmara dos Deputados viram seus planos de renovar o
mandato fracassados nas eleições deste ano. Se alguns parlamentares tentaram
trocar de posto em disputas majoritárias e acabaram fora do Congresso Nacional
na próxima legislatura, outros não se atreveram a tanto, mas mesmo assim se
viram derrotados. Nomes como Penna (PV-SP), Roberto Freire (PPS-SP), Devanir
Ribeiro (PT-SP), Guilherme Campos (PSD-SP) e Cândido Vaccarezza (PT-SP) são
alguns exemplos.
Ex-senador
e presidente nacional do PPS, Roberto Freire não conseguiu os votos necessários
para continuar na Câmara. Ele, que já foi também deputado estadual por
Pernambuco e por seis mandatos deputado federal, diz que o caminho agora é
tocar o partido. “Vou continuar a fazer o que sempre fiz, só que agora sem o
exercício de um mandato”, resume Freire, que vem liderando o PPS desde sua
fundação, em 1992, a partir de desmembramento do antigo PCB.
Freire
faz uma rápida análise da derrota eleitoral e considera que talvez o eleitor de
São Paulo, acostumado a vê-lo ao lado dos tucanos, possa ter visto seu
movimento rumo a Marina Silva (PSB) com alguma estranheza – o PPS apoiou a então
candidata no primeiro turno. “Tenho a impressão de que em São Paulo
(capital), onde tive maior votação, o apoio a Marina talvez tenha diminuído
minha votação. É um eleitor que sempre associou minha luta com o PSDB”,
avalia ele.
Se
a tese de Freire é ou não precisa, o fato é que a força do PSDB se verificou de
forma clara no Estado. No primeiro turno da disputa presidencial, Aécio Neves
(PSDB) terminou em primeiro lugar com 44,22% dos votos (totalizando mais de 10
milhões de votos em São Paulo). A presidente Dilma Rousseff (PT) ficou em
segundo, com 25,82% dos votos, seguida de perto por Marina Silva (PSB), que
obteve 25,09% em território paulista. Além disso, Geraldo Alckmin (PSDB) acabou
reeleito no primeiro turno, com 57,31% dos votos, e José Serra (PSDB) desbancou
Eduardo Suplicy (PT), se elegendo senador por São Paulo com 57,92% dos votos.
Conservadorismo
Outro
dirigente nacional também acabou derrotado em 2014. Penna, presidente nacional
do PV, não obteve a reeleição. Sem mandato, seu futuro é parecido com o que
projetou Freire para si. “Sou dirigente nacional do partido. Sou isso primeiro
e depois parlamentar. Agora, serei isso sem o Parlamento”, resume Penna. “Quero
observar a partir de agora o que posso fazer para ajudar o partido e o País.
Ser deputado não é profissão. Ser representante popular não pode ser profissão."
Ele, que também é músico, afirma que passará a dedicar mais tempo à carreira de
artista. (A/E)
Sexta-feira,
26 de dezembro, 2014
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