Após
sucessão de manobras regimentais utilizadas pela oposição, prolongando a sessão
por quase de 19 horas, o Congresso Nacional aprovou no fim da madrugada desta
quinta-feira (4) o texto base do PLN 36/2014, que flexibiliza a meta do
superávit primário na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014. Foram 240
votos a favor, na Câmara, e 39 no Senado.
Após
a aprovação do texto principal, os parlamentares rejeitaram, por votação
simbólica, três destaques que propunham mudanças no projeto. O último destaque,
por falta de quórum, não foi votado. Em função disso, o presidente Renan Calheiros
(PMDB-AL) marcou nova sessão para terça-feira (9) da próxima semana, às 12h, a
fim de apreciar e votar o último destaque. Em seguida, às 5h, Renan encerrou a
sessão.
A
vitória da presidenta Dilma foi conseguida no Congresso após decreto presidencial,
publicado na última sexta (28), que condicionou a liberação de recursos para
emendas parlamentares à aprovação da revisão da meta de superávit.
A
proposta de alterar a meta fiscal enfrentou forte resistência da oposição, que
declarou “obstrução selvagem”, forçando o governo a manter toda a base aliada
firme em Plenário. A oposição alega que a proposta da presidenta Dilma
implicará na redução de investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC) e desonerações da meta de superávit.
Os
partidos governistas também se aproveitaram do desgaste da presidenta Dilma, e
se mantiveram por mais de 19 horas na votação, de olho em faturar cargos na
Esplanada.
Derrotado
no segundo turno das eleições, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) declarou que o
Brasil “está jogando fora o que ainda resta de credibilidade na economia”. ”Perdemos a eleição, mas não perdemos a
condição de fazer oposição a este governo”, disse o ex-presidenciável em
discurso na tribuna. Aécio alfinetou ainda o senador Lindbergh Farias (PT-RJ):
“Um discurso patético que acabamos de ouvir de um ex-cara pintada que mudou
suas convicções”, criticou.
O
superávit primário – dinheiro usado para pagar os juros da dívida pública a
partir da economia feita entre o que o governo arrecada e o que gasta — é um
dos termômetros usados pelos investidores. O cumprimento dessa meta sinaliza
que o governo é capaz de honrar compromisso e está menos vulnerável a calotes.
Por:
Ana Paula Leitão
Quinta-feira,
4 de dezembro, 2014
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