Projeto
aprovado adia o plano do PSD se fundir com o futuro PL
O
plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira o projeto
que cria quarentena para a fusão de partidos políticos. Incomodados com a
intenção do ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), de recriar o PL para
fundi-lo com o PSD (partido formalizado em 2011), os deputados apoiaram a
proposta do DEM que determina que um partido recém-criado precisa aguardar
cinco anos a partir da obtenção do registro definitivo para fundir-se a outra
legenda. A matéria será apreciada agora pelos senadores.
O
projeto restringiu ainda mais a criação, fusão e incorporação de partidos. O
substitutivo apresentado nesta noite impede que eleitores filiados a siglas
existentes assinem a ficha de apoiamento para a criação de nova legenda. O
texto inibe a portabilidade pelo partido surgido do tempo de TV e do fundo
partidário. "A gente quis restringir ainda mais a indústria de criação de
partidos", explicou o líder do DEM, Mendonça Filho (PE).
A
liderança do governo e o PT liberou os aliados para votarem de forma autônoma.
A bancada do PSD se manifestou contra a quarentena. "Isso é uma aberração
jurídica", afirmou em discurso o deputado Índio da Costa (PSD-RJ), citando
o artigo 17 da Constituição, segundo o qual "livre a criação, fusão,
incorporação e extinção de partidos políticos". "Vai contra a
Constituição. Livre é livre, não estabelece prazo", disse Índio da Costa
no final da votação. Segundo parlamentares do PSD, dirigentes do partido
ligaram durante o dia para pedir que os parlamentares esvaziassem a sessão
desta noite.
Chamada
por alguns parlamentares de "Lei Kassab", o projeto gerou
divergências em plenário. Alguns deputados chegaram a propor que a matéria
fosse encaminhada para a comissão especial da reforma política. "Lá é o
foro competente e adequado. Não é oportuno que esse debate seja feito
agora", defendeu o deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB-MA). Em seu
discurso contra o projeto, o deputado disse que tendência de fusão era
inevitável na reforma política, principalmente num momento em que a Câmara
trabalha com 28 siglas. O presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rejeitou
os apelos e manteve o assunto em pauta.
Nos
discursos, os deputados favoráveis à proposta atacavam abertamente a
movimentação política de Kassab. "Não podemos deixar brechas para que a
lei seja descumprida", disse o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ). O
peemedebista pregou a fidelidade partidária e disse que o Parlamento precisava
dar uma demonstração de respeito à legislação. (A/E)
Quinta-feira,
25 de fevereiro de 2015
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