Para
tentar reagir à forte queda de popularidade, a presidente Dilma Rousseff deve
fazer um pronunciamento à nação para anunciar as ações do governo de combate à
corrupção e defender as medidas que tem adotado em relação à Petrobrás, que
está no centro de um escândalo de corrupção, disse à Reuters uma fonte do
governo ontem segunda-feira, 9.
A
estratégia foi discutida em reunião no Palácio do Alvorada, ontem segunda, com
os ministros mais próximos da petista. Estavam no encontro os ministros da Casa
Civil, Aloizio Mercadante, da Secreteria-Geral, Miguel Rossetto, das Relações
Institucionais, Pepe Vargas, e da Defesa, Jaques Wagner.
Dilma
também analisa a possibilidade de conceder uma entrevista a um órgão de
imprensa nesta semana, segundo a fonte, que falou sob condição de anonimato. O
pronunciamento será, provavelmente, após o carnaval.
“Ela
vai bater o martelo hoje (terça-feira). Ainda não está decidido se vai ter a
entrevista e o pronunciamento, ou só o pronunciamento”, afirmou a fonte.
Na
reunião, o núcleo político da presidente avaliou que a popularidade tem sido
drenada principalmente pelas seguidas denúncias de corrupção na Petrobrás, mas
há também impacto dos aumentos de tarifa de energia e do preço dos
combustíveis, que teriam servido para alimentar a sensação de que a presidente
mentiu aos eleitores durante a eleição. Pesquisa do instituto Datafolha,
divulgada no sábado, mostrou que a avaliação ótima/boa de Dilma despencou de 42
por cento em dezembro para 23 por cento em fevereiro. Entre os entrevistados,
aqueles que a consideram ruim/péssima passaram de 20 por cento para 44 por
cento.
O
pronunciamento deve ser focado no pacote anticorrupção que a presidente
pretende enviar ao Congresso depois do Carnaval e nas ações tomadas em relação
Petrobras. A estatal é alvo de investigações devido a denúncias de
superfaturamento de contratos envolvendo funcionários, empreiteiras e partidos
políticos.
No
Palácio do Planalto, avaliava-se que após as eleições a popularidade da
presidente havia sido afetada, mas o que o núcleo mais próximo da presidente
não esperava era uma queda tão brusca como a apontada pelo Datafolha. (AE)
Terça-feira,
10 de fevereiro, 2015
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