O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aconselhou a presidenta da República,
Dilma Rousseff, a “levantar a cabeça”, diante da crise política gerada pelo
caso Petrobras. Lula participou, na noite de ontem (24), de ato em defesa da
estatal, na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no centro do Rio,
ao lado de lideranças políticas, sindicais, artísticas e acadêmicas.
“A
Dilma tem que deixar o negócio da Petrobras com a Petrobras. O negócio da
corrupção, com o ministro da Justiça e com a Polícia Federal. A Dilma tem que
levantar a cabeça e dizer 'eu ganhei as eleições'. A Dilma não pode e não deve
ficar dando trela. Nós ganhamos as eleições e parece que estamos com vergonha
de ter ganho”, disse.
O
ex-presidente discursou por 30 minutos, sendo interrompido diversas vezes por
aplausos da plateia, que lotou o auditório da ABI, que tem capacidade para 500
pessoas. Lula atribuiu os ataques à Petrobras devido à mudança no sistema de
exploração, que antes era por concessão, dando maior poder às empresas
privadas, e passou para o sistema de partilha, o que garante uma parcela mínima
de 30% para a estatal brasileira além da operação do campo petrolífero.
“Eu
sei o que significou aprovar a Lei da Partilha. Quando nós descobrimos o
pré-sal, logo os americanos inventaram uma história chamada a Quarta Frota e
passaram a ter navios patrulhando o Oceano Atlântico. Nós sabemos o que
significou a Lei da Partilha. Sabemos o que significou os 30% para a Petrobras.
Sabemos o que significou a construção desta empresa”, destacou ele.
Lula
disse ainda que os funcionários da estatal tinham de ter orgulho de trabalhar
na empresa e defendeu a punição daqueles empregados que tenham cometido erros.
“Qual é a vergonha que a gente pode ter se em uma família de 80 mil
trabalhadores alguém fez um erro? O que a gente faz na família da gente? A
gente faz o castigo necessário. O que a gente não pode e jogar a Petrobras
fora, por erro de pessoas.”
Também
presente no evento, o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra,
João Pedro Stédile, foi enfático em defender a estatal e ressaltou que milhares
de trabalhadores do campo estão dispostos a se levantar pela causa. “Nós
marcharemos com vocês para o que der e vier. Precisamos defender a Petrobras
não só porque ela é uma empresa pública, mas também porque é a zeladora
constitucional da maior riqueza natural que o povo brasileiro ainda tem, que é
o petróleo e o gás, para pensar em um projeto de desenvolvimento nacional.”
Antes
do evento, sindicalistas ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da
Federação Única dos Petroleiros (FUP) entraram em confronto com ativistas que
protestavam contra a corrupção na estatal. A confusão, que provocou o
fechamento da Rua Araújo Porto Alegre, em frente à ABI, só foi contornada com a
chegada de um reforço de policiais militares. (A/E)
Quarta-feira,
25 de fevereiro, 2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário