O
chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, procurador da República
Deltan Dallagnol, disse na sexta-feira (16/03) que o Supremo Tribunal Federal
(STF) pode enterrar o combate à corrupção se revisar o entendimento que
autorizou a execução provisória de condenados em segunda instância da Justiça.
Deltan e outros procuradores que atuam nas investigações se reuniram com a
procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em Porto Alegre, para divulgar o
balanço dos quatro anos de trabalho na operação.
Durante
coletiva de imprensa, Dallagnol afirmou que o futuro da Lava Jato depende do
Supremo. A possibilidade de revisão da decisão que autorizou, em 2016, a prisão
em segunda instância ocorre diante do recurso protocolado no STF pela defesa do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pretende suspender sua condenação
a 12 anos e um mês de prisão na ação penal do tríplex do Guarujá (SP).
"Se
o STF reverter o seu entendimento quanto a prisão em segunda instância, ele vai
enterrar o combate à corrupção e a impunidade no nosso país. Essa é a nossa
preocupação central hoje. Se esse entendimento for mantido, a expectativa é de
que, dentro de um prazo razoável, a grande maioria dos réus que foram
condenados venham a cumprir pena dentro de uma perspectiva curta de
tempo", advertiu o procurador.
Após
a reunião com os investigadores, a procuradora-geral, Raquel Dodge, destacou o
trabalho da força-tarefa e ressaltou que lei brasileira está valendo para
todos.
"Sabemos
todos que a corrupção continua ocorrendo no Brasil em larga monta, apesar do
muito que já se avançou no âmbito da Operação Lava Jato. E, por isso, é preciso
redobrar o esforço, redobrar o ânimo, redefinir estratégias, porque as pessoas
que cometeram esses crimes não podem ficar impunes, não pode seguir sem reparar
o dano”, disse.
De
acordo com balanço divulgado na capital gaúcha, 39 investigações da Lava Jato
tramitam em tribunais superiores, sendo 36 delas no STF, envolvendo 101
investigados, e 134 delações premiadas foram assinadas e enviadas à Corte para
homologação. Os processos envolvem a devolução de R$ 2,7 bilhões aos cofres
públicos. (ABr)
Sábado,
17 de março, 2018 ás 00:05
Nenhum comentário:
Postar um comentário